São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 1996
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Para os EUA, Saddam nunca esteve tão forte

Governo americano nega novos ataques contra Iraque

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente Bill Clinton admitiu ontem que o presidente do Iraque, Saddam Hussein, está em seu momento de maior força desde o fim da Guerra do Golfo.
Clinton fez a declaração para a imprensa americana antes de uma viagem de campanha para sua reeleição.
O pronunciamento ocorreu no momento em que os EUA receberam mais um golpe na tentativa de manter uma frente unida contra o presidente do Iraque.
O emirado do Kuwait, o país invadido por Saddam Hussein em 1991, retirou temporariamente a autorização para que mais de 5.000 soldados americanos se instalem no país.
O governo americano espera que as autoridades do Kuwait aprovem a chegada das tropas.
Forte resposta
O secretário de Defesa dos EUA, Willian Perry, em visita aos países do Golfo, disse durante sua permanência no Kuwait que pediu autorização ao Emir para o envio de tropas americanas.
Perry anunciou que o emirado de Bahrein permitiu que 23 aviões F-16 se instalem em seu território.
Na semana passada, o Kuwait disse que receberia oito aviões F-117.
Perguntado sobre a possibilidade de novos ataques contra o Iraque, Perry respondeu: "Sim, há uma possibilidade".
Tarek Aziz, membro do governo iraquiano, qualificou a atitude dos EUA em relação ao seu país de "amoral", acrescentando que a América apenas rouba o povo iraquiano com suas sanções.
Em conferência para a imprensa, Willian Perry afirmou que o Iraque deve retirar suas baterias de mísseis ao sul do paralelo 23 sob pena de uma "forte resposta norte-americana".
"A única maneira de evitar um ataque é a retirada dos mísseis instalados no paralelo", disse.
Perry anunciou ainda que no sábado o Iraque havia atacado aviões norte-americanos que sobrevoavam o país.
O governo de Washington não confirmou rumores dos novos ataques do Iraque contra aviões americanos na zona de segurança ao norte do país árabe, qualificando a fala de Perry de "engano".
O governo do Irã apelou ontem por ajuda internacional para os 60 mil refugiados curdos que o país estaria abrigando.

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