São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 1996
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REELEIÇÃO X RECONDUÇÃO

O presidente Fernando Henrique Cardoso é, hoje, o único candidato viável da coligação que elegeu Fernando Henrique Cardoso.
Essa é a inescapável constatação a que se chega a partir da pesquisa do Datafolha publicada ontem sobre a sucessão presidencial, na qual foram propostos três cenários.
É importante sublinhar a palavra hoje nessa constatação. Pesquisas feitas a tanto tempo do pleito (falta um pouco mais de dois anos) não medem reais intenções de voto. Funcionam muito mais como um exercício de avaliação política.
Afinal, não há campanha em andamento e nem sequer se conhecem as regras do jogo ou, ao menos, a regra fundamental: será ou não aprovada a emenda da reeleição?
Feita essa ressalva, fica nítido em todo caso que, se não houver reeleição, os nomes mais fortes são ou de aberta oposição ao bloco governante (Paulo Maluf e Luiz Inácio Lula da Silva) ou, no mínimo, distantes dele (José Sarney e Itamar Franco).
O resultado apurado pelo Datafolha combina, de resto, com avaliação praticamente consensual no mundo político, segundo a qual, se a reeleição continuar vetada, rompe-se a aliança PSDB/PFL que elegeu FHC (com papel coadjuvante para o PTB), por falta de um nome capaz de aglutinar uma vez mais os dois partidos.
A pesquisa deixa claro, também, que aprovar a emenda da reeleição está longe de representar a concessão automática de um segundo mandato para FHC.
O presidente empata estatisticamente com Lula (23% a 21%) e os dois ficam a uma distância relativamente reduzida de Maluf (18%).
Dissolver ou não esse empate e aumentar ou não essa diferença dependerá, acima de tudo, da evolução do quadro econômico. Nesse caso, aplica-se sem perdão a regra do quanto pior (a economia), melhor (para a oposição). E vice-versa.
Hoje, entretanto, é difícil prever como estará o cenário econômico dentro de dois anos.

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