São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 1996 |
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Dono de jangadas diz viver como anjo Passeio em Pajuçara custa R$ 7 por pessoa MARISTELA DO VALLE
Ali, quando a maré ainda está baixa, há uma grande concentração de jangadas que funcionam como bares. Enquanto os turistas mergulham e observam os peixes, podem tomar caipirinha e cerveja ou comer petiscos. Mas também é gostoso andar de jangada no final da tarde, quando a água está morninha, e ver o pôr-do-sol do mar. Os turistas visitam as piscinas naturais até durante a noite, quando fazem divertidos "luaus". "Às vezes, eles levam até churrasqueiras", conta o jangadeiro Elias Bernardo da Silva, 19. Apesar da grande procura pelo passeio, que custa R$ 7 por pessoa, o negócio da jangada não dá dinheiro o ano todo. "Durante o inverno, preciso pescar para sobreviver", comenta Silva. Ele divide com o dono da jangada todo o dinheiro que recebe. O patrão de Silva é José Dorta Santos, ou mestre Zeca, como é conhecido na região. Mestre Zeca, 58, tem 40 das 150 jangadas da praia. Ele conta que, com o dinheiro que ganha no verão, poderia comprar um carro. Mas, na baixa temporada, o lucro é suficiente para pagar as despesas de casa. Além do dinheiro dos passeios, mestre Zeca também recebe dinheiro da Bayer em troca de anúncios na vela. "Dos R$ 4.500 que eles pagam, gasto cerca de R$ 1.500 para o pano das velas." "Eu vivo como um anjo", comenta mestre Zeca. "Só fico aqui, mandando os jangadeiros para o mar. A partir das seis da tarde me reúno com os outros velhos na praia e fico conversando até dez da noite." (MV) Texto Anterior: Sargaços não escondem beleza da praia Próximo Texto: Culinária local se diferencia Índice |
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