São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996
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PPB faz 'paz de conveniência' com PT e concentra ataques contra tucano

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Embora não haja qualquer tipo de acordo entre PPB e PT, uma "paz de conveniência" pauta a estratégia dos dois partidos em São Paulo, a 16 dias do pleito.
O alvo preferencial dos pepebistas é José Serra (PSDB). Segundo os malufistas, o risco de enfrentar Serra no segundo turno não está em seu "potencial eleitoral" (nas projeções, Serra e Erundina se equivalem), e sim pela pressão das máquinas federal e estadual.
Já os petistas -embora vendo o malufismo como rival principal- mantêm no momento as críticas a questões administrativas e, passivamente, podem tirar proveito do atual tiroteio entre PSDB e PPB.
Para o PPB, a retórica agressiva de Maluf contra os tucanos busca neutralizar as ações do ministro das Comunicações, Sérgio Motta, que visam alavancar a candidatura Serra e levá-la ao segundo turno.
Pesquisa do PPB aponta Erundina com 17% do eleitorado e Serra com 13%. "Nosso esforço é mostrar que o cenário não mudou, que é Pitta e Erundina no segundo turno. E Serra está em seu patamar, apesar do barulho de Motta ", diz Miguel Colasuonno, um dos coordenadores da campanha do PPB.
"A militância do PT sempre reage", espera Colasuonno. Cúpulas de PT E PPB, rivais históricos na cidade, avaliam que não há real polarização entre Serra e Pitta. "Na rua, só dá Erundina e Pitta."
"Não queremos entrar no tiroteio. É uma posição deliberada", diz Pedro Dallari, coordenador da campanha petista. "Se o tiroteio pode nos beneficiar, é porque a nossa postura nos diferencia", diz Jilmar Tatto, outro coordenador.
Além das críticas comparativas à gestão Maluf, o PT agora reforça à crítica ao desemprego como resultado da política tucana. No segundo turno, deve ligar com mais vigor o PPB ao governo federal para expor a "falsa oposição" de Maluf.
Por hora, o PPB bate em Serra e o PT toca em algumas feridas, na esperança de contar com parte do eleitor tucano no segundo turno.
Para Colasuonno, um segundo turno com Erundina favorece o PPB na questão financeira e política. "Com Serra, a campanha será mais dispendiosa. Eles (o PSDB) têm mais recursos que o PT."

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