São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996 |
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Estudante é acusado de assassinar garota
ISNAR TELES
Até ontem, a Polícia Civil trabalhava com a versão contada inicialmente pelo estudante e três amigos, de que Mônica teria sido morta em um ponto de ônibus por três homens que estavam em um carro branco. "Tudo não passou de uma mentira. Ele nos disse que disparou acidentalmente contra a moça", disse o delegado seccional-assistente de Jacareí, Antônio Agnaldo Fracarolli. A polícia só descobriu a verdadeira história após ter recebido ontem uma denúncia anônima por meio do Disque-Denúncia. Na delegacia, L.R.R.L. afirmou que a morte da estudante teria sido uma "fatalidade". Discussão No depoimento que deu à polícia, L.R.R.L. disse que ele e os amigos Cesário Leite Gonçalves, 19, e Geromil Marques de Oliveira, 21, estavam em uma festa, no bairro do Jamic, quando se envolveram em uma discussão. Segundo o depoimento, L.R.R.L. conheceu uma moça na festa, e o namorado dela teria tentado agredi-lo. Para se defender, o menor teria pedido emprestado o revólver de Geromil Oliveira. O estudante e Oliveira foram buscar a arma e voltaram à festa às 22h45. Ao retornar, ele teria encontrado Mônica e suas amigas Gisele e Lucimara. "O revólver estava na minha cintura e me incomodava quando eu tentava me agachar. Quando eu levantei, tentei tirá-lo e ele acabou disparando", disse. O menor afirmou ainda que, logo após o disparo, correu para pedir ajuda. Quando retornou, nem seus amigos nem Mônica estavam mais no local. Eles teriam levado a estudante para a Santa Casa da cidade em um carro que pertencia ao dono de um bar que fica próximo ao local do crime. A estudante morreu logo após ter dado entrada no pronto-socorro do hospital. No domingo, Geromil de Oliveira teria ido até a casa de L.R.R.L. para contar sobre a morte de Mônica e sobre a história inventada para a polícia. Justiça O delegado seccional de Jacareí, Roberto Monteiro de Andrade Júnior, disse que L.R.R.L. foi entregue ontem ao Juizado da Vara da Infância e da Juventude para uma decisão sobre a sua situação. Cesário Filho responderá por favorecimento pessoal (falso testemunho), e Geromil de Oliveira, por receptação de arma. Eles vão responder ao processo em liberdade. A polícia descobriu que Oliveira tinha comprado o revólver havia seis meses, por R$ 300, numa feira na região central da cidade. Texto Anterior: Tá boa, santa?; Bolero de Vaclav; Patriotas Próximo Texto: Ato lembra aniversário de morte de brasileira Índice |
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