São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996
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Freio do Fiesta faz Ford anunciar 'recall'

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Ford decidiu efetuar a troca do fluido de freios e de peças do sistema de embreagem e freios de todos os 34 mil carros Fiesta fabricados no país entre 1º de março de 3 de setembro.
Desse total, 28 mil unidades foram vendidas no mercado brasileiro e 6.000 exportadas para a Argentina.
O "recall" é mundial, ou seja, a troca de peças vale também para os Fiesta produzidos e vendidos na Europa. No Brasil, atinge todas as versões: 1.0 (o carro "popular", 1.3 e 1.4.
Os proprietários dos Fiesta estão sendo convocados, por meio de cartas e anúncios em jornais, rádio e TV, a comparecer a uma concessionária para efetuar o conserto.
Duas etapas
Em uma primeira etapa, a montadora vai trocar o fluido de freio e revisar os sistemas hidráulicos de embreagem e de freios.
Daqui a 30 dias, o proprietário terá de voltar à oficina autorizada para fazer a troca de mangueiras da embreagem e dos retentores do cilindro-mestre do freio. O serviço é gratuito.
"Esse prazo é necessário porque as peças terão de ser importadas da Europa", diz Carlos Leite, gerente da Engenheira de Serviços da Ford. A montadora não tem no país estoque suficiente dessas peças, que são produzidas na Inglaterra e Alemanha.
Segundo Leite, "a necessidade de um curso maior do pedal para parar o carro", foi detectado por compradores do carro tanto no Brasil, como na Europa. Segundo o diretor da Ford, o defeito "não deixa o Fiesta sem freio".
Circuito duplo
A fábrica diz que o modelo está equipado com circuito duplo independente de freios.
Segundo a Ford, um óleo mineral existente nas mangueiras de embreagem hidráulica estaria contaminando o fluido dos freios. O fluido contaminado danifica os retentores, explica Leite, e acaba provocando a folga no pedal.
Carro Mundial
O Fiesta é o primeiro carro mundial da Ford produzido no Brasil. Além da fábrica de São Bernardo do Campo, o modelo é montado em unidades da empresa na Inglaterra e Alemanha.
Lançado em abril no Brasil, o objetivo inicial era vender 100 mil unidades até o final do ano.
Mas esse volume de produção não deve ser atingido. O atraso na chegada de vários componentes importados da Europa prejudicou o cronograma estabelecido pela empresa.

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