São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996
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Lucro do IRB é questionado

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A direção do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) publicou, na sexta-feira passada, o balanço de 1995 da empresa sem fazer provisões para possíveis perdas de R$ 98,98 milhões com a liquidação do Banco Econômico.
O provisionamento foi recomendado pelo Conselho Fiscal do IRB, presidido por Carlos Eduardo Tavares de Andrade, também diretor de Administração do Banco Central.
O balanço publicado pelo IRB apresentou um lucro de R$ 87,25 milhões. Caso a provisão tivesse sido feita, o resultado teria sido um prejuízo de R$ 11,73 milhões. Também seria menor o patrimônio líquido da empresa, que fechou 95 em R$ 488,45 milhões.
O diretor de Operações Nacionais do IRB, Carlos Alberto Protásio, disse à Folha que o balanço foi publicado porque a empresa está em entendimentos com o Econômico -sob Regime de Administração Especial Temporária do BC- e tem "total garantia de receber o valor e os juros".
O parecer do conselho presidido pelo diretor do BC diz que "as demonstrações contábeis do IRB não espelham adequadamente a posição patrimonial e financeira" da empresa.
Carlos Eduardo de Andrade não quis se pronunciar. Mandou dizer que se tratava de um problema interno do IRB.
No dia 27 de abril deste ano, a Folha já havia noticiado que a diretoria do IRB havia aprovado o balanço sem prever perdas com o Econômico.
Na época, o parecer da Trevisan Auditores, que auditou o balanço do IRB, ressalvava que as responsabilidades do antigo Econômico estavam sendo assumidas pelo Excel. Este incorporou o antigo banco baiano, mas não aceitou assumir os créditos com o IRB.

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