São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996 |
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Pitta muda estratégia e diz que gestão FHC é 'continuidade do governo Collor' FÁBIO SANCHEZ FÁBIO SANCHEZ; OTÁVIO CABRAL
O candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Celso Pitta, mudou ontem sua estratégia de campanha e passou a dividir com seu padrinho político, o prefeito Paulo Maluf (PPB), os ataques ao PSDB e ao seu candidato, José Serra. Durante carreata na zona norte da cidade, Pitta afirmou que a administração do presidente Fernando Henrique Cardoso é "uma continuidade do governo Collor". Por sua vez, Maluf disse, ao inaugurar uma central de semáforos inteligentes na zona oeste, que o PSDB é o "partido do não". O ataque do candidato malufista foi é uma resposta à comparação feita no dia anterior por Serra. Segundo o tucano, "Pitta é Collor" por considerar que a candidatura do pepebista só existe graças à ação de seus estrategistas de marketing. Para Pitta, a afirmação de Serra "é uma tentativa de esconder que há no ministério pessoas integrantes do governo Collor. O governo tucano é mais Collor do que eu, que não tenho nada com isso". Citou como exemplos os ministros do Planejamento, Antonio Kandir, e da Saúde, Adib Jatene, que participaram da gestão do ex-presidente. O PPB de Pitta integra o governo atual da mesma forma em que participou da gestão collorida. O candidato foi mais incisivo nas críticas contra Kandir. Lembrou que ele "foi o braço direito da ministra Zélia (Cardoso de Mello), responsável por aquele famoso confisco das contas correntes de 92 (a medida foi tomada em 90)". Pitta também criticou a política econômica de Fernando Henrique, afirmando que "a carga tributária nesse país está no limite do suportável e está concentrada no percentual da população com renda mais baixa". Essa foi a primeira vez que o candidato criticou abertamente FHC. Até agora, cabia ao prefeito Maluf o papel de crítico dos adversários, deixando para Pitta a posição de apresentador de propostas. Para manter sua rotina de ataques a Serra, Maluf afirmou que o tucano não tem credibilidade para criticar o PAS, pois os hospitais do Estado (governado pelo PSDB) estão parados. "Se ele for eleito, o sistema de saúde da cidade de São Paulo também vai parar de funcionar", disse. O prefeito considera que a proposta de Serra de ampliar o metrô é "propaganda enganosa". "Não é função da prefeitura fazer metrô. É função do governo do Estado, que é do PSDB há um ano e nove meses e não fez nada." Por outro lado, voltou a elogiar a campanha da candidata do PT, Luiza Erundina. "A campanha da Erundina é de alto nível." Texto Anterior: Instituto contesta tucano Próximo Texto: Diretório é arrombado Índice |
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