São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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Alunos fazem ato contra insegurança

DA REPORTAGEM LOCAL

Os alunos da ECA pretendem fazer uma manifestação para pedir mais segurança no campus. A manifestação foi marcada para hoje, às 8h, em frente ao prédio da escola na USP, motivada pelo assassinato do comerciante Domingos da Assunção Carlos.
Segundo a estudante Ana Cristina Yokoyama, 24, do primeiro ano de artes cênicas, turma de que partiu a idéia do ato, os participantes devem vestir roupas brancas e levar lençóis brancos para cobrir o prédio da escola. A cor também é usada nas manifestações do movimento Reage São Paulo, contra a violência na cidade.
"A gente tem de se manifestar. Precisamos reunir forças para cobrar mais segurança dentro da universidade", disse.
"A gente fica aqui dentro e acha e que está seguro. Eu era contra essa história de fechar os portões da USP, mas agora não sei mais de nada", disse Beatriz Barbosa, 19, aluna do segundo ano de jornalismo e uma das diretoras do Centro Acadêmico Lupe Cotrim.
Segundo ela, o Centro Acadêmico vai pressionar a reitoria por mais segurança.
"A polícia universitária não anda armada aqui dentro. É preciso ter um controle maior da entrada e saída de pessoas no campus da universidade."
Como muitos estudantes da ECA, Beatriz almoça todos os dias no CA. "Meu treino de basquete atrasou e eu cheguei cinco minutos depois do crime."
Na hora do assalto, um grupo de estudantes almoçava dentro da cantina e foi rendido pelos ladrões.
Segundo a estudante, duas outras lanchonetes da USP teriam sido assaltadas recentemente -a do DCE (Diretório Central dos Estudantes) e a da Escola Politécnica.
Para o coordenador do Coseas (Coordenadoria de Assistência Social da USP), Hamilton Luiz Corrêa, 42, "apesar do fato lamentável", o campus é um lugar bastante tranquilo.
"Há a guarda universitária, e praticamente todos os prédios têm uma vigilância interna. Com a imensidão que é o campus e o acesso livre, o número de ocorrências é pequeno. Houve pouquíssimas ocorrências desta gravidade na USP."
Segundo a funcionária da cantina Cleusa Aparecida Ambrósio, 34, os menores não eram frequentadores da cantina. "Nós não tínhamos visto eles antes por aqui."
Ela estava na cozinha no momento em que o menor M.E.F. entrou e apontou as armas, dizendo que era um assalto.
Segundo o estudante Denis Maracci Gimenez, 22, que foi diretor do Centro Acadêmico da Faculdade de História da USP, o comerciante assassinado foi concessionário da lanchonete da história entre 93 e 94 e teria assumido a lanchonete da ECA em 95.
O comercianteera pai de duas gêmeas de dois anos.

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