São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996 |
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Pentágono admite contaminação no golfo
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Até o mês passado, o Pentágono negava essa possibilidade. Agora, admitiu que duas casamatas iraquianas explodidas no final da guerra eram depósitos de armas químicas e que os soldados envolvidos na missão de destruí-las podem ter sido afetados por elas. Milhares de veteranos da Guerra do Golfo vêm se queixando de sintomas que vão de indisposição generalizada a diversas formas de câncer. Familiares de veteranos acusaram ontem o governo dos EUA de os terem enganado nos cinco anos desde o final da guerra. O diretor da CIA (agência central de inteligência dos EUA), John Deutch, disse que o líder da facção curda apoiada pelo Iraque está pedindo ajuda para se manter afastado do presidente Saddam Hussein. O secretário-assistente de Estado Robert Pelletreau se encontrou com Barzani em Ancara, na Turquia, e o advertiu para manter distância de Saddam e tentar fazer a paz com a outra facção curda do norte do Iraque. As declarações de Deutch foram feitas em depoimento ao Senado. Deutch admitiu que, "em muitos aspectos", a política dos EUA em relação ao Iraque tem sido "um fracasso". Ele afirmou que Saddam Hussein ainda tem poder para ameaçar os EUA e os seus aliados no golfo Pérsico cinco anos após a Guerra do Golfo. Deutch disse que essa ameaça só vai acabar quando Saddam for tirado do poder no Iraque. A CIA gastou cerca de US$ 100 milhões em dois projetos para apoiar opositores de Saddam no Iraque. Mas os dois grupos sustentados pela CIA foram aniquilados pelo governo iraquiano, o segundo deles após a tomada de Arbil. O presidente Bill Clinton afirmou ontem, em entrevista à rede ABC de televisão, que ele não tem o objetivo de depor Saddam do poder no Iraque. Clinton reconheceu que "não faz parte das nossas obrigações derrubar governos estrangeiros". Segundo o presidente, os EUA só querem forçar Saddam a cumprir as resoluções da ONU e proteger os interesses do país no golfo Pérsico. Chegou ontem à área do golfo o porta-aviões Enterprise, com 75 aviões e 8.000 soldados. Também ontem chegaram os primeiros 219 dos 3.500 soldados que vão reforçar as tropas dos EUA no Kuait. (CELS) Texto Anterior: Exame do bafo indica se paciente tem úlcera Próximo Texto: Bispo escocês que fugiu tem um filho de 15 Índice |
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