São Paulo, sábado, 21 de setembro de 1996
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Guerrilha da Colômbia faz nova ofensiva

Grupos atacam em todo o país

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As guerrilhas colombianas de esquerda anunciaram ontem uma ofensiva nacional. O Exército de Libertação Nacional (ELN) decretou "greve armada" e, junto com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que no dia anterior perderam 30 homens em combate com a polícia, fez ações em vários pontos do país.
O ELN quer parar escolas, transporte, negócios e indústrias em todo o país, em protesto contra o governo, que, segundo a guerrilha, "deu aos militares poderes para iniciar uma repressão indiscriminada contra o povo".
O governo também faz uma contra-ofensiva desde que, em 30 de agosto, as Farc tomaram um quartel do Exército no sul do país.
Anteontem, as Forças Armadas lançaram bombardeios aéreos e ataques por terra contra os guerrilheiros das Farc em uma área montanhosa do noroeste do país, uma região chamada Cañon de la Llorona (no município de Mutatá, próximo a Medellín).
Segundo o governo, os combates cessaram na madrugada de ontem. O saldo de mortos não foi confirmado, mas pelo menos 30 guerrilheiros morreram.
O Exército diz que nenhum soldado foi morto ou ferido. Desde domingo, o grupo interrompe a estrada entre Medellín e Urabá, na qual aconteceu o incidente.
Antes de lançar a contra-ofensiva, os militares distribuíram panfletos na região dizendo que furariam o bloqueio na estrada. Eles retiraram várias minas explosivas.
O ataque não interrompeu a ofensiva da guerrilha. Em El Copey, no Departamento (Estado) do César, 620 km ao norte de Bogotá, o ELN incendiou 18 caminhões que transportavam carvão na principal estrada que liga a capital ao litoral Atlântico.
Funcionários da empresa Carbones del Caribe estimam que o prejuízo chegue a quase US$ 2,5 milhões. No povoado de Jagua de Ibirico, próximo à fronteira com a Venezuela, os guerrilheiros roubaram 31,6 mil quilos de explosivos da mesma companhia.
A polícia investiga agora por que a companhia transportava tanto explosivo sem a segurança devida. Na mesma região, uma fábrica de óleo de cozinha foi destruída.
No noroeste da Colômbia, os rebeldes dinamitaram várias torres de eletricidade e mataram um policial. Em vários pontos do país houve explosões em agências bancárias e bairros comerciais.
Em Cúcuta, na fronteira da Colômbia com a Venezuela, um ataque a dois bancos na madrugada matou três pessoas.

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