São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996
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Promotor investiga uso eleitoral

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, NO VALE DO JEQUITINHONHA

A suspeita de uso eleitoral das cestas básicas do Programa Comunidade Solidária já provocou a apreensão de, pelo menos, 182,8 toneladas de alimentos em Minas Gerais.
Em São Francisco, que fica a 718 km ao norte de Belo Horizonte, a Justiça Eleitoral determinou, há uma semana, a apreensão de 151,8 toneladas de cestas básicas do programa.
O promotor Paulo Cezar Neves Marques disse que vai apurar se o governo federal estaria se utilizando da distribuição das cestas básicas na cidade com fins eleitorais.
"O fato de as cestas básicas terem origem no governo não impede a ilegalidade de sua distribuição", afirmou Marques.
Caminhões
Neves Marques disse que tomou a decisão depois de ver seis caminhões da prefeitura entrarem em São Francisco carregando as cestas a menos de um mês da eleição municipal.
O chefe de gabinete da Prefeitura de São Francisco, José Vieira, criticou a decisão do promotor.
"As cestas têm o objetivo de atender a 6.072 famílias necessitadas. Ele só pode ter feito isso por pressão da oposição", disse.
Segundo Vieira, a prefeitura entrou com um recurso na Justiça para que as cestas não sejam retiradas da cidade nem devolvidas ao Programa Comunidade Solidária.
Os alimentos estão estocados em um armazém da Casemg (Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais), em São Francisco.
Ubaí
O promotor eleitoral da 50ª Zona Eleitoral de Minas, Richardson Xavier Brant, pediu, na semana passada, a apuração de uso eleitoral de 31 toneladas de cestas básicas em Ubaí (704 km ao norte de Belo Horizonte).
O juiz da 50ª Zona Eleitoral, Fernando de Vasconcelos Lins, determinou a apreensão das cestas básicas e um levantamento das condições de estocagem para evitar que haja perda dos alimentos.
Pelo menos 182,3 toneladas de alimentos foram apreendidas a pedido da Justiça (CARLOS HENRIQUE SANTIAGO)

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