São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Mudas da 23 de Maio não vão ter primavera
DA REPORTAGEM LOCAL Vai ser difícil perceber que a primavera chegou a São Paulo. A cidade tem poucas áreas verdes e as árvores existentes não conseguem colocar as folhas de fora.A poluição e atos de vandalismo, são os responsáveis pelo mal estado das árvores. A Prefeitura de São Paulo, que pretendia plantar 1 milhão de árvores este ano, não passou de 300 mudas até agora. A Folha usou como exemplo, a situação das mudas plantadas no trecho de 3.900m da avenida 23 de Maio -entre o viaduto Tutóia, zona sul, e o viaduto Dona Paulina, centro. Nesse trajeto foram plantadas 570 mudas em janeiro de 95. As árvores, que deveriam formar um corredor verde e florido, estão secas, cinzas e sem folhas. Segundo o levantamento feito pela Folha, 61,7% das mudas tinham aparência de galhos secos. A Via Verde, empresa responsável pela manutenção das mudas na 23 de Maio, informa que as plantas estão "dormentes" e que devem florir durante a primavera. A empresa ganhou a concorrência pública feita pela Prefeitura de São Paulo e se responsabilizou pelo plantio e manutenção das mudas. Em contrapartida, pode explorar o espaço publicitário das . Segundo o gerente de manutenção da Via Verde, Marcos de Souza, 33, apenas 10% das plantas na 23 de maio estão mortas. "Cerca de 40% das árvores estão com aparência de mortas, mas a seiva ainda flui pelo caule e, com a volta das chuvas, crescerão novamente." Há cinco protetores gradeados sem as mudas e 22 protetores danificados. A maior parte das árvores está localizada no sentido bairro-centro -363, contra apenas 207 no sentido oposto. Ao longo de toda a avenida estão plantadas 1.100 mudas, que, segundo a prefeitura, devem atingir sua maturidade em um período de um a quatro anos. Um dos problemas enfrentados pela Prefeitura de São Paulo para a concretização do projeto "1 Milhão de Árvores" é a depredação. "Cada árvore plantada tem de ser substituída quatro vezes, por causa do vandalismo", informa o diretor do Depave (Departamento de Parques e Áreas Verdes), Eduardo Panten, 44. Segundo ele, dezenas de árvores e de grades protetoras são destruídas por dia na cidade. "Também faltou verba para atingirmos a meta proposta nesta gestão", diz o coordenador do projeto, Luiz Rodolfo Keller, 29. A cidade de São Paulo possui apenas 4,4 metros quadrados de área verde por habitante. O índice é menor que o estimado como ideal pela Organização Mundial de Saúde -12m²/habitante. Texto Anterior: Novo abrigo substitui modelo de concreto Próximo Texto: Árvores estão estressadas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |