São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996
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Viola quer coreografia

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Viola, 28, faz hoje sua estréia no Palmeiras. Contratado por US$ 5,5 milhões, o jogador diz que, se marcar um gol, a torcida palmeirense vai ver sua primeira coreografia especial com a camisa do Palmeiras.
"Onde tem o Viola, tem alegria", disse o atacante.
Viola afirmou que o Palmeiras vai manter a ponteira do Brasileiro na partida contra o Cruzeiro.
"Somos o Palmeiras e somos líderes. Temos que manter a liderança com muita garra."
O jogador fez um balanço sobre sua passagem de um ano no Valencia, da Espanha. (AG)
*
Folha - Você perdeu dinheiro na transferência para o Palmeiras?
Viola - Sim. Abri mão da rescisão do meu contrato. Não ganhei os US$ 450 mil que divulgaram por aqui.
Tentei negociar, mas eles disseram que eu não tinha direito a isso. Abri mão de tudo para voltar.
Sou uma pessoa muito boa e não gosto de confusão. Foi um dinheiro que eu perdi, mas isso não é tudo.
Folha - Você ficou frustrado por voltar para o Brasil antes do final de seu contrato com o Valencia?
Viola - Não, pois vim para uma grande equipe. Fiz 12 gols na Liga. Estou tranquilo em relação ao meu desempenho.
Tive problemas de adaptação na Espanha e fiquei na reserva no primeiro turno do campeonato. No segundo turno, fui titular em todas as partidas.
Folha - Que problemas?
Viola - Só tinha dificuldade com a alimentação fora da minha casa, na concentração. Lá eu não conseguia comer. A comida não era forte, e eu acabava passando fome.
Lá tinha salada, sopa e um prato principal -carne ou peixe com purê de batata. Não tínhamos um lanche da noite. Levava um biscoito e um chocolate para o quarto, escondido do técnico e dos médicos.
Pedia uma comida mais forte. Quando o organismo se adaptou, tudo ficou bem.
Folha - Você ficou chateado quando soube que queriam contratar o Romário?
Viola - Não. Queria que isto acontecesse, já que íamos jogar juntos na frente. Meu treinador disse que não queria que eu saísse.
Falei para meus companheiros do Valencia que o Romário é uma boa pessoa. Conheci o Romário na Copa de 94 e ficamos amigos.
Conversei com ele em Valencia e dei uns toques para ele se adaptar o mais rápido possível.
Folha - Você teve problemas com jogadores do Valencia?
Viola - Se você ligar no Valencia e pedir para falar com meus companheiros, você vai ver que não era nada disso. Meu relacionamento com todos era o melhor possível.
Folha - Você gostou da cidade?
Viola - Valencia é um dos melhores lugares do mundo para se viver.
Folha - Você temeu uma reação negativa da torcida do Corinthians com sua transferência para o Palmeiras?
Viola - Não. A torcida brasileira tem um carinho impressionante por mim. Todos sabem que eu defendo as cores que visto.
Vou demonstrar dentro de campo que eu sou profissional.

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