São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996
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Funk embala violência no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

As gangues que mais preocupam a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Rio de Janeiro são os grupos de funqueiros que brigam entre si, contabilizando em 96 pelo menos cinco casos de morte.
Para evitar o que poderia virar novo show de pancadaria, no último 7 de setembro, a secretaria determinou a interdição do baile funk do Santa Cruz Social Clube.
"Mais de 50 ônibus com funqueiros iriam para lá. Eles estavam programando o confronto da Independência", diz o chefe da assessoria técnica da secretaria, tenente-coronel Milton Correa da Costa.
O trabalho de repressão da secretaria conta com o apoio do presidente da Liga das Equipes de Som, Rômulo Costa, 43, dono da equipe Furacão 2000.
Pelas contas de Costa, dos 350 bailes promovidos no Estado, apenas em dez ainda ocorreriam pancadarias. Ele aponta aquele que seria o principal responsável pelo incentivo à violência: Zezinho.
José Claudio Braga, 51, o Zezinho, é dono da equipe ZZ Disco e responsável por um programa diário de música funk na rádio FM Popular. "Zezinho é a ovelha negra do funk", acusa Costa.
Um dos mais graves incidentes envolvendo funqueiros ocorreu em março deste ano, após um baile promovido por Zezinho.
Grupos rivais brigaram no baile do clube Pavunense, na zona norte. Após o término, dois garotos em uma moto perseguiram um ônibus lotado de funqueiros. No centro do Rio, atiraram contra o ônibus, matando dois rapazes.
Zezinho se defende afirmando que não pode ser responsabilizado por um crime que ocorreu a 32 quilômetros do clube.
Zezinho diz que os bailes de Costa "têm mais violência". Cita suposto crime ocorrido uma semana após o caso do Pavunense, no baile do Country Club, em Jacarepaguá (zona oeste), da Furacão 2000.
Segundo o dono da ZZ Disco, um homem teria atirado contra um ônibus de funqueiros, matando três rapazes.

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