São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996 |
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'O Excesso' quer ser contraponto à Bienal
KATIA CANTON
Ribemboim e Bousso pensaram o tema como contraponto à idéia de "desmaterialização da arte", proposta pela 23ª Bienal. Assim, empanturram o espectador com construções matéricas originais. Destrinchando uma noção aparentemente caótica, a curadora criou sub-temas, que separam diferentes possibilidades de se lidar com o excesso. Há obras excessivas pelo uso explosivo de cores e padronagens, como na obra de Beatriz Milhazes. Outras denotam um clima barroco, seja nas telas de Adriana Varejão ou nos vídeos de Tadeu Jungle. Há também o excesso pelo avesso, o excesso de organização espacial, como no trabalho de Fajardo e Annarê Smith. Eli Sudback aprisiona pequenas imagens do universo gay dentro de uma mala de retirante. Caito cria objetos escultóricos que celebram a abjeção, aglomerando pregos e latas de óleo. Edith Derdyk costura e recorta, marcando seu trabalho pelo tempo. Telas de Marco Paulo Rolla, figurando o consumo doméstico, desembocam numa mostra de design. Ali, aparelhos estão na berlinda da inutilidade: canivete suíço, controle remoto. Ao lado estão cadeiras de papel dos irmãos Campana e vidros do casal Prado. A moda está nas roupas de tecido e látex de Alexandre Herchcovitch e um explosivo humor em tênis com grama de Ronaldo Fraga. Exposição: O Excesso Onde: Paço das Artes (av. da Universidade, 1, Cidade Universitária, tel. 813-3627) Quando: a partir de amanhã, até 10 de dezembro Texto Anterior: Cineasta de Ribeirão Preto é assistente de Bertolucci Próximo Texto: A arte é portadora da verdade permanente Índice |
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