São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Colômbia prende 11 por droga em avião

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A polícia colombiana prendeu 11 membros da tripulação e equipe técnica do avião presidencial (todos ligados à Força Aérea), sob suspeita de terem colocado heroína no Boeing-707 que se preparava para levar o presidente Ernesto Samper para Nova York.
A droga (3,72 kg, não 3,3 kg, como se anunciou na madrugada de sábado) foi achada em 14 pacotes na noite de sexta, cerca de 12 horas antes de Samper viajar para os EUA, onde deve falar hoje na Assembléia Geral da ONU.
Samper é acusado pelos EUA de ter ligação com o narcotráfico e foi proibido de entrar no país. Ele só pode estar em Nova York porque tem um visto da ONU.
Os nomes dos militares não foram revelados. Eles estão sendo interrogados por quatro promotores que investigam a origem da droga.
A Força Aérea divulgou que os suspeitos são um coronel, um major, dois capitães, um sargento e seis técnicos. Eles podem ser expulsos da Aeronáutica. O governo colombiano prometeu uma investigação dura contra os responsáveis pela colocação da droga.
A tese do governo é que houve um complô para prejudicar ainda mais a imagem de Samper no exterior. A descoberta da droga no aeroporto de Nova York implicaria a prisão do presidente.
O presidente acabou trocando o avião presidencial por um jato comercial da companhia Avianca, alegando "razões de segurança".
Em Nova York, Samper fez piada com o incidente: "Chegamos com uns quilos a menos".
Samper brincou dizendo que, "por causa da história da heroína, o avião presidencial agora será batizado de Policarpa Salavarrieta". Na história colombiana, Policarpa Salavarrieta ficou conhecida como "a heroína da independência" após ser fuzilada pelas autoridades espanholas da época.
Guerrilha
Um grupo indígena de Mutatá, noroeste da Colômbia, pediu uma trégua de três dias nos combates entre guerrilheiros de esquerda e forças do governo na região. Os índios dizem que seu território está sendo bombardeado.
Os índios dizem que não sabem se há vítimas na tribo. Eles querem a trégua para deixar a região.
O assessor de Segurança de Samper, Alfredo Rangel Suárez, admitiu que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia conseguiram uma "vitória integral" com as recentes marchas e ocupações em favor dos plantadores de coca.
Segundo ele, as ações da guerrilha em favor dos "cocaleros" demonstrou "uma organização e mobilização de massas que não estavam nas contas de ninguém".

Texto Anterior: Reunião do PRI contesta Zedillo e muda a sucessão
Próximo Texto: Debates nos EUA são marcados para outubro; Egípcio recomenda um psiquiatra a Netanyahu; Paquistão enterra irmão de Benazir Bhutto; Saddam Hussein fala sobre fim do conflito
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.