São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996
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Socialistas gregos vencem as eleições

Apatia marca o pleito

ANDREW GUMBEL
DO "THE INDEPENDENT", EM ATENAS

O Movimento Socialista Pan-Helênico (Pasok, no poder) venceu as eleições gerais da Grécia, realizadas ontem. Às 20h de ontem, o Pasok tinha 41,9% dos votos, contra 38,5% para o conservador Nova Democracia.
Já foram apurados 41% dos votos. Miltiades Evert reconheceu a derrota, e os partidários do Pasok fizeram festa nas ruas de Atenas.
Os resultados são enorme alívio para o premiê Costas Simitis, que apostou numa eleição antecipada para emergir das sombras do líder socialista Andreas Papandreou, morto em junho passado.
Em agosto, quando convocou eleições mais de um ano antes do prazo, Simitis estava confiante em uma vitória fácil, calculando que um mandato popular lhe daria a autoridade necessária para seguir adiante com impopulares medidas de austeridade e para firmar sua liderança do Pasok.
Mas o jeito professoral de Simitis não conseguiu entusiasmar os eleitores. O Pasok perdeu terreno para seu rival conservador, a Nova Democracia, e para diversos pequenos grupos à esquerda.
Evert conduziu uma campanha eficiente, altamente populista, embora nem assim tenha conseguido mudar a percepçãode que os dois principais partidos têm as mesmas plataformas: preparar a economia do país para padrões da União Européia e melhorar relações com os vizinhos, especialmente a Turquia.
A campanha das últimas semanas foi marcada pela falta de brilho. Pesquisas indicavam 20% dos eleitores indecisos até o último momento, e outros 20% inclinados a votar em grupos menores.
Depois de não conseguir conquistar o eleitorado com promessas de gerenciamento financeiro prudente, Simitis passou os últimos dias defendendo o sistema de proteção social do país e entregando milhares de vagas nas universidades públicas.
Em um esforço de copiar o ritual de atirar insultos para todos os lados, ele até chegou a se referir a Evert como "o cara gordo".

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