São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996
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Malabarismo oficial; Jogada publicitária; Me engana, que eu gosto; Conversa de excluídos; Prazo fatal; No tempo das cavernas; Estudando o inimigo; Norma estranha; No ataque; Na defesa; Outro lado; Torcida malufista; Atrás do prejuízo; Onda caipira; Na marra; Memória seletiva; Incorreção política

Malabarismo oficial
FHC inverteu o debate sobre a sua reeleição. De casuísmo, virou exclusão. Não assumiu a autoria da emenda, apesar de qualquer exame de DNA atestar que é o Planalto o pai da criança.

Jogada publicitária
Além de bater na tecla de que a emenda da reeleição não deve excluí-lo, FHC tenta criar uma necessidade: o país precisa responder agora a essa questão. Disso dependem as expectativas da comunidade internacional.

Me engana, que eu gosto
Outro ponto da estratégia do Planalto para aprovar a reeleição é, por enquanto, não tratar do tema individualmente com os deputados. FHC vai falar diretamente com os partidos.

Conversa de excluídos
Esperidião Amin (PPB) faz ironia sobre FHC dizer que não é justo excluí-lo da emenda da reeleição: "Está copiando os argumentos que ouvi do Maluf em 95 e no começo do ano. A diferença é que o presidente da Câmara está mais sensível a esse apelo agora".

Prazo fatal
D. Paulo Evaristo Arns espera que em meados de outubro o papa indique o seu sucessor na Arquidiocese de São Paulo. "João Paulo 2º vai retirar dois apêndices de uma vez" é a piadinha que corre na igreja paulistana.

No tempo das cavernas
Foi destruído em Marabá (PA) na madrugada de domingo o monumento que Oscar Niemeyer fez em homenagem aos sem-terra mortos na chacina de Eldorado dos Carajás.

Estudando o inimigo
Luiz Gushiken (PT-SP) pediu a Gustavo Franco (diretor do BC) uma cópia de sua tese sobre desenvolvimento econômico.

Norma estranha
Por força de lei, o "Diário Oficial" da União publicou ontem a exoneração de cinco funcionários da Secretaria Geral da Presidência. Como foram indicados por Geisel, tiveram que ser demitidos após a morte do general.

No ataque
Entre microfones, o ministro Sérgio Motta dizia, na última sexta, que Maluf tem boa imagem porque gasta muito em publicidade. Torrou "em um mês o que as outras administrações gastaram em um ano".

Na defesa
Repórter da Folha interveio: "E o que o candidato Serra está gastando na campanha?". O ministro abespinhou-se: "Você é da campanha do Maluf (...) Lamento que o Maluf esteja até te pagando".

Outro lado
A mesma repórter, na semana anterior, havia sido acusada pelo prefeito Paulo Maluf de estar "no bolso" de José Serra.

Torcida malufista
Causou euforia no malufismo pesquisa Datafolha publicada ontem na qual Pitta tem a maior parcela de eleitores que sabem votar na urna eletrônica. "Haverá surpresa dia 3", diz Duda Mendonça, da campanha de TV.

Atrás do prejuízo
No PT e PSDB, a pesquisa Datafolha que simula voto eletrônico acendeu a luz amarela. Pedro Dallari, coordenador da campanha de Erundina, diz que o partido vai fazer "um enorme esforço pedagógico na reta final".

Onda caipira
Grandes cidades do interior paulista vivem um fenômeno eleitoral comum: os líderes nas pesquisas começam a despencar, embolando os pleitos.

Na marra
A falta de dinheiro na campanha de Erundina chegou ao ponto de não se fazer mais palanques para comícios. A candidata fala de cima de um carro de som.

Memória seletiva
Quercistas fecharam apoio a Pitta no segundo turno. "Nossas diferenças com Maluf são coisas do passado", diz um cacique do grupo. Só ainda não sabem se apoio será declarado.

Incorreção política
O TSE indeferiu o pedido feito por Marta Suplicy (PT-SP) de inclusão das palavras "prefeita"e "'vereadora" na campanha de esclarecimento do voto eletrônico na TV da Justiça Eleitoral.

TIROTEIO
De Aloizio Mercadante, vice de Luiza Erundina (PT), sobre os militantes de Celso Pitta (PPB):
- A militância do malufismo é igual ao Cingapura. É alugada. É paga. E só segura bandeira na beira de avenida.

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