São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996
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Feminino pede paridade de prêmios

JOSÉ ALAN DIAS
ENVIADO ESPECIAL A RECIFE

As duplas femininas de vôlei de praia aproveitam a repercussão da conquista das medalhas de ouro e prata na Olimpíada de Atlanta (EUA) para reivindicar igualdade de prêmios com o masculino.
"O (vôlei) feminino está muito bem. Antes, a gente não tinha muitos argumentos na hora de reclamar. Hoje, temos duas medalhas. Não faz sentido recebermos menos que eles", disse Adriana, prata em Atlanta ao lado de Mônica.
"Eles têm mais jogadores, mas a gente tem mais público. É uma boa hora para crescer", afirmou Jackie, medalha de ouro.
A polêmica surgiu no último final de semana, durante a terceira etapa do Circuito Banco do Brasil de vôlei de praia, em Recife.
O argumento das jogadoras é o interesse do público. Se antes dos Jogos ele era polarizado pelo masculino, hoje os papéis se inverteram. Em Recife, as partidas das mulheres foram mais concorridas.
Nas semifinais masculinas e femininas, disputadas simultaneamente, as mulheres atraíram público médio de 1.500 pessoas, enquanto os homens levaram 1.000 torcedores, segundo projeção da organização do torneio.
A arena da praia, com capacidade para 3.000 pessoas, ficou lotada na final feminina, jogada sob chuva intermitente. O mesmo não ocorreu na decisão masculina.
Técnica
"No dia que eu tiver no feminino um nível técnico igual ao do masculino, aumento os prêmios", afirmou Fernando Tovar, coordenador de vôlei de praia da Confederação Brasileira de Vôlei.
"Não creio que o fato de elas terem conquistado medalha seja suficiente para igualar o valor do prêmio", declarou Franco, campeão do Circuito Mundial em 95.
Sua opinião é compartilhada por Guilherme, parceiro de Pará e namorado de Sandra, medalha de ouro ao lado de Jackie. "Acho que é errado porque a quantidade de homens jogando é maior."
O Circuito Banco do Brasil funciona como o torneio nacional de vôlei de praia e tem dez etapas. Os vencedores de cada etapa ganham R$ 5.000, no masculino, e R$ 3.990, no feminino. Mas a disputa no masculino é mais acirrada.
O prêmio é estipulado pela CBV, que mantém contrato com Banco do Brasil até 31 de dezembro.
Segundo José Augusto Gonçalves, assessor da presidência do banco, o contrato não prevê modificações na premiação. Possíveis alterações, só na temporada 97.

O jornalista José Alan Dias viajou a Recife a convite da Confederação Brasileira de Vôlei

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