São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996
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Coréia do Norte pede submarino de volta

Pyongyang comenta incidente

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Coréia do Norte pediu ontem a devolução "incondicional" do submarino encalhado na costa leste sul-coreana e de toda a sua tripulação, inclusive os corpos daqueles que foram baleados.
"O Sul deve devolver, incondicionalmente, o submarino e sua tripulação", disse o Ministério das Forças Armadas norte-coreano em nota divulgada pela agência de notícias "KCNA".
A Coréia do Sul não aceitou o pedido, qualificando-o de nova provocação de Pyongyang.
Na semana passada, um grupo de supostos agentes norte-coreanos deixou um submarino encalhar na vizinha Coréia do Sul.
O grupo fugiu. Forças sul-coreanas iniciaram uma grande caçada. Até ontem, 20 norte-coreanos já haviam sido mortos. Nove morreram em choques com tropas sul-coreanas, e 11 corpos foram encontrados perto de onde o submarino encalhou.
Pela primeira vez desde a semana passada a Coréia do Norte deu a sua versão para o caso.
Um porta-voz do governo de Pyongyang disse que o submarino encalhado na costa sul-coreana provavelmente sofreu avarias durante um treinamento, causando um desvio de rota.
"Seus tripulantes não tinham outra escolha a não ser entrar em território inimigo, o que teria causado um conflito armado", disse.
Segundo as autoridades sul-coreanas, o único agente capturado confessou que o submarino encalhou quando o grupo fugia, após resgatar três espiões.
O secretário de Estado americano, William Perry, não aceitou a tese de que o submarino realizava exercícios de rotina.
"Todas as nossas evidências sugerem que o submarino não estava em missão de rotina", disse. "Mas se toda infiltração é missão de rotina, então o caso se torna ainda mais inaceitável", acrescentou.
Perry, que está na Suécia, pediu calma tanto para Seul e quanto para Pyongyang na resolução do incidente na região, onde os EUA mantêm 37 mil soldados.

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