São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996 |
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Glamour dos 60 volta em 'I Shot Andy Warhol'
ERIKA PALOMINO
Primeiro, é necessário contextualizar o filme dentro da 'Warholmania' que tomou conta das artes e do comportamento na última temporada, na cena internacional. Foram exposições, lançamentos de livros e filmes acerca do universo do mestre maior do pop, morto em 87. Voltaram "à moda" os valores e os personagens da lendária Factory, o ateliê de Warhol, centro de toda a produção underground nova-iorquina. Para dizer o mínimo. Acertando já a partir do título, "I Shot Andy Warhol" (eu atirei em Andy Warhol) trata da vida da militante gay Valerie Solanas, que em 68 atirou no artista. Ao mesmo tempo, o filme usa como pano de fundo o glamour e a efervescência do mondo Warhol naquela década. São deliciosas as cenas passadas junto ao clã da Factory -festas, jantares, telefonemas. A trilha e os personagens valem por si a ida ao cinema. Em especial Candy Darling, o histórico travesti, interpretado pelo top bofe Stephen Dorff. Vítima de abuso sexual pelo pai na infância, prostituta na idade adulta, Valerie desenvolve inteligência e total desprezo por homens. Insistindo agressivamente para que Warhol produzisse uma peça sua, a escatológica "Up Your Ass", Solanas acaba "excomungada" do clã. O resto já é história. Filme: I Shot Andy Warhol (EUA, 1996) Direção: Mary Harron Elenco: Lili Taylor, Jared Harris, Stephen Dorff, Lothaire Bluteau, Martha Plimpton Quando: hoje, às 19h e 0h. Sábado, às 16h30 Onde: Espaço Unibanco (sala 2) Texto Anterior: 'Zero Kelvin' brutaliza homem Próximo Texto: Drama adolescente não empolga Índice |
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