São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996
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Estudioso mede a aura de José Serra

Aparelho aponta medida inferior a de estadistas

PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais e correndo o risco de ficar fora do segundo turno, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, ontem ainda recebeu a notícia de que não tem aura de estadista.
Durante caminhada pelo bairro do Itaim Bibi (zona oeste), Serra foi abordado por um artista plástico que, dizendo-se estudioso do assunto, mediu a aura do candidato. Cerca de 1,5 metro, segundo o "aura meter" (aparelho medidor de auras).
"As pessoas mais sensitivas e mais evoluídas têm aura de um, dois ou três metros", explicou Gabriel Yeps. "Os grandes estadistas ou os iluminados verdadeiros têm auras que passam dos dez metros."
A medida mais comum, de acordo com estudioso, gira em torno de 40 centímetros.
Yeps citou o espiritualista Chico Xavier e o filósofo Platão como exemplos do que ele chama de "iluminado". "Enfermeiras e professoras têm auras de mais de 40 centímetros", declarou.
A conclusão final do grupo que acompanhava Serra foi a de que ele teria uma aura de monge. "Mas só no tamanho. Não no temperamento", completou o candidato.
Foi o próprio tucano quem iniciou o clima metafísico do dia, ao declarar estar "sentindo" que iria para o segundo turno. "Já participei de várias eleições. A gente sente essas coisas."
Ele chamou de "bobagem" a comparação de seu discurso com o da candidata do PSDB à Prefeitura de Porto Alegre, Yeda Crusius, feita pelo PPB.
Segundo Serra, os dois repetem um princípio partidário: continuar o que está dando certo, corrigir o que está errado e fazer o que precisa ser feito.

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