São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996 |
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Delfins voltam ao Brasil em outubro
JAIR RATTNER
Para conquistar o público brasileiro, as músicas dos Delfins serão modificadas. "Serão arranjadas para ficar mais dançáveis, para comunicar melhor com o público", diz Miguel Ângelo, vocalista e líder da banda. Ângelo acredita que a influência brasileira vai deixar marcas no grupo. "A música dos Delfins é mais cerebral, mais baseada na letra do que as brasileiras, e adotar uma base rítmica mais dançante é uma maneira de nos enriquecer musicalmente", diz. A tentativa de seduzir o público também inclui música pop brasileira. "Vamos cantar uma ou duas músicas brasileiras, mas à moda dos Delfins. Uma delas vai ser 'Saber Amar', dos Paralamas do Sucesso", diz Ângelo. Os shows no Brasil, com 1h30 de duração, terão duas novas músicas do grupo que não estão no disco. Uma é tema musical do filme "Adeus Pai", dirigido por Luís Filipe Rocha, e outra é o desenvolvimento de um jingle que serviu para a publicidade de um shopping center em Lisboa. O roteiro do grupo no Brasil também é mais variado que na primeira viagem. Além do circuito Rio-São Paulo, onde aconteceram os shows de abril, estão previstos espetáculos em Salvador e várias cidades do interior de São Paulo e Rio. Seis das apresentações vão abrir shows de Lulu Santos. Até agora, só dez dos shows foram confirmados. "No Brasil, só confirmam na última hora. Foi a mesma coisa com os Madredeus", conta Carmo Cruz, da produtora União Lisboa, que organiza os espetáculos dos dois grupos. Segundo Carmo, o CD "Caminhos da Felicidade" devia sair no Brasil em abril, durante a viagem do grupo, mas não ficou pronto. "Agora vamos ter prioridade total da BMG brasileira, e o clip já está passando na MTV", afirma. Carmo acredita que é o começo da carreira do grupo no Brasil. "Esta é a segunda viagem. Os Madredeus só começaram a ser conhecidos a partir da terceira". Língua estrangeira Nos oito shows que deram em São Paulo e no Rio, os Delfins sentiram que o público tinha dificuldade para entender o que o grupo cantava. "Havia lugares em que entediam melhor o espanhol que o português de Portugal.". Para Ângelo, a forma de conquistar o público brasileiro é assumir essa diferença. "O português de Portugal vai ter que ser encarado como língua estrangeira." Como os brasileiros não entendem bem o que o grupo canta, ele aposta na qualidade da música. "Um espetáculo no parque da Aclimação, em São Paulo, começou com 50 pessoas, com muita gente em volta fazendo jogging. Terminou praticamente cheio." Texto Anterior: Fito Páez lança disco no Ibirapuera Próximo Texto: Carrapicho troca França pelo Brasil Índice |
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