São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996
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Santos volta a ser ombudsman da Folha

DA REPORTAGEM LOCAL

O jornalista Mario Vitor Santos, 41, será a partir de segunda-feira o novo ombudsman da Folha, cargo que ele já ocupou anteriormente, entre 1991 e 1993.
Mas, por estar com hepatite, ele só assumirá suas funções dentro de um mês.
Nesse período, o atual ombudsman, Marcelo Leite, que está concluindo seu segundo e último mandato de um ano, continuará respondendo pela função.
A Folha foi o primeiro órgão da mídia latino-americana a ter um ombudsman.
O primeiro ocupante do cargo, em 1989, foi o jornalista Caio Túlio Costa, atual diretor executivo do Universo Online.
Depois dele, Santos cumpriu dois mandatos, Junia Nogueira de Sá cumpriu um, sendo sucedida por Marcelo Leite.
Indicação
Pelas normas que regem o funcionamento de seu cargo, o ombudsman é indicado pela Direção de Redação para um mandato de um ano.
Ele pode ser reconduzido para somente um segundo mandato de duração idêntica.
As normas são omissas quanto à possibilidade de um ex-ombudsman, como Santos, vir a suceder a um de seus próprios sucessores.
Na Folha, o ombudsman não tem poderes executivos e não é vinculado à hierarquia funcional da Redação.
Ele possui autonomia para assinalar o que, a seu ver, contrarie o princípio de apartidarismo do noticiário, previsto no projeto editorial, ou se contraponha ao "Manual de Redação".
Cabe a ele propor à Direção de Redação a correção de informações ou enfoques que dêem ao leitor uma versão errônea ou incompleta dos fatos.
O ombudsman atende telefonemas e responde cartas ou mensagens por correio eletrônico, encaminhadas por leitores.
Ele redige uma crítica diária de circulação interna e uma coluna semanal, publicada aos domingos.
Exigências
O ombudsman não pode ser demitido e, ao deixar suas funções, tem contratualmente estabilidade na empresa por um ano.
Mario Vitor Santos diz haver uma diferença muito grande entre o que a imprensa é atualmente e o que ela era em 1991.
"Há hoje em toda empresa menos abundância de recursos, redução de gastos e maior exigência de rentabilidade", diz.
A seu ver, "trabalha-se com expectativas maiores e orçamentos relativamente mais apertados, havendo nisso um enorme desafio para a imprensa como um todo, em especial para a Folha, por sua liderança".
Formado em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense, Santos entrou no jornal em 1984, como redator de Mundo.
Foi em seguida editor-assistente e editor de Esportes, diretor-executivo da Sucursal de Brasília e secretário de Redação.
Foi também repórter da secretaria de Redação e, nos últimos dois anos, editor da Revista da Folha.
Origem
A palavra ombudsman surgiu na Suécia em 1810, para designar o defensor dos direitos dos cidadãos ameaçados pelo Parlamento.
Na mídia, o ombudsman tem origem norte-americana. Em 1967, o cargo foi criado no "Louisville Courrier Journal", do Estado de Kentucky.
Três anos depois, o "The Washington Post" passou a ter um profissional idêntico.

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