São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996
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Sexo e esoterismo 'entopem' disque 900

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais da metade das chamadas telefônicas feitas para os serviços 900 envolvem sexo, sorteios e esoterismo.
A solidão e os problemas cotidianos dos que vivem nas grandes cidades são a mola deste mercado.
Calcula-se que os serviços 900, como um todo, chegam a movimentar perto de R$ 120 milhões por ano somente no Brasil.
Só neste primeiro semestre deste ano, o Procon (Coordenadoria de Defesa dos Direitos do Consumidor) de São Paulo registrou 88 queixas relativas a contas telefônicas elevadas com ligações para serviços do tipo "Telenamoro" e "Emoções Cruzadas".
Na primeira reclamação, a Telesp tem, por prática, cancelar a cobrança.
Proibição
Há dois anos, a Telebrás proibiu o sexo explícito por telefone nos serviços 900 em resposta a diversas queixas de cunho moral (contra a propaganda do serviço na televisão) e financeiro (o preço das contas).
Com a proibição do serviço nacional, empresas estrangeiras invadiram o mercado, com um grande inconveniente: não adianta reclamar ao Procon, pois são linhas particulares baseadas em países distantes, como a República da Moldova (ex-URSS) e a Guiné-Bissau, na África.
Bom negócio
Segundo a Embratel, as ligações feitas para serviços eróticos internacionais somam perto de 4 milhões de minutos por ano.
Como o custo médio das ligações é de US$ 3,00 o minuto, isso significa cerca de US$ 12 milhões por ano.
Desse total, perto de US$ 4 milhões saem do país, sob a forma de divisas.

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