São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996 |
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Fundos ainda não perdem para poupança
GABRIEL J. DE CARVALHO
Dados do Banco Central sobre o patrimônio líquido (PL) de todos os fundos, até 20 de setembro, mostram evolução superior ou igual à rentabilidade média. A captação é positiva (mais depósitos do que saques) nos três grupos de fundos, e principalmente nos de 60 dias, com entrada de mais R$ 1,7 bilhão no período. Os fundos de curto prazo estavam com PL de R$ 19,10 bilhões, 1,11% a mais que os R$ 18,89 bilhões do fechamento de agosto. O rendimento deles é muito baixo, e tende a cair mais, com o aumento gradual do compulsório até dezembro. Os de 30 dias tinham em conjunto, no último dia 20, um PL de R$ 4,39 bilhões, ou 3,05% a mais que o valor de R$ 4,26 bilhões do final de agosto. Já os FIFs de 60 dias, que respondem pelo maior volume de aplicações, abrigavam R$ 67,39 bilhões em 30 de agosto e R$ 69,54 bilhões dia 20/9, com evolução de 3,19%. Poupança perde menos As cadernetas de poupança, até o dia 23, ainda enfrentavam captação líquida negativa de R$ 270,3 milhões, com R$ 198,08 milhões no SBPE (bancos que operam carteiras imobiliárias) e R$ 72,23 milhões na rural (basicamente a do Banco do Brasil. Apesar de negativo, esse resultado é inferior ao do mesmo período de dias úteis de agosto, que registrou perda de R$ 494,5 milhões (R$ 363,4 milhões no SBPE). O saldo total das cadernetas de poupança no dia 23 de setembro era de R$ 64,11 bilhões, apenas 0,55% superior ao do final de agosto: R$ 63,76 bilhões. Saldo cai desde janeiro Neste ano, a queda da participação da caderneta no conjunto de ativos financeiros foi enorme. Em janeiro, dos R$ 133,15 bilhões aplicados na própria caderneta e nos FIFs de curto prazo, de 30 e de 60 dias, ela respondia por 48,24%, ou R$ 64,23 bilhões. Em 23 de setembro, os R$ 64,11 bilhões das cadernetas correspondiam a 40,8% do total de R$ 157,14 bilhões nelas e nos FIFs. Há também as aplicações em Certificados de Depósito Bancário, quase tudo nos prefixados, mas como os fundos compram CDBs, fica difícil a comparação. Neste final de ano, com a queda mais acentuada do redutor da TR (0,10 ponto por mês), a caderneta de poupança tende a recuperar espaço, já que em dezembro poderá render igual ou até mais que os FIFs de 60 dias, dependendo da taxa de administração do fundo. Como analisar Um experiente administrador de fundos lembra que a análise da captação nos fundos deve ser cautelosa porque os de curto prazo são, por natureza, uma "sanfona". Grandes volumes de dinheiro entram e saem todo dia. Também já são representativos, no setor de fundos, os exclusivos, com liquidez diária e rendimento de 60 dias, que atendem ao caixa de uma só empresa e costumam ter grandes saques na primeira quinzena do mês (pagamento de salários etc.) e uma recomposição na segunda. Isso ocorre também nos de curto prazo, usados pelo caixa de pequenas e médias empresas. Texto Anterior: Hughes amplia atuação no setor Próximo Texto: Ex-commodity rende menos Índice |
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