São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996
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Propostas; Desconfiança lamentável; Solução; União civil de gays; Sem-fábrica; Saudosismo; Vidas perdidas; Paternidade responsável; Preço do jornal; Calotes de banqueiros

Propostas
"A Folha, em reportagem sob o título 'Algumas das propostas de governo dos principais candidatos' (27/9), no tópico reforma administrativa, deixa em branco o espaço reservado ao candidato Celso Pitta e coloca a afirmação 'não tem proposta'.
No documento enviado à Folha, de onde foram retiradas as informações sobre outros pontos do programa, estão as principais propostas, que me permito repetir aqui: conselhos de moradores: munícipes voluntários para estudos, fiscalização da saúde, trânsito, educação, uso do solo, transporte coletivo e política assistencial.
Informação a qualquer cidadão, por meio de rede de informática, dos recursos, obras, custos, prazos de qualquer projeto e serviço público municipal.
Acesso direto ao prefeito: rede informatizada propiciará ao cidadão denunciar irregularidades, enviar reclamações e sugestões."
José Fernando Lefcadito, assessor de imprensa do candidato Celso Pitta (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Fábio Sanchez - Este repórter não recebeu nenhum documento do PPB para fazer a reportagem. Ela se baseou no documento divulgado pela Internet para todos os eleitores que tenham acesso àquela rede de informações, intitulado "Programa de Governo" do candidato.

Desconfiança lamentável
"Lamentável a desconfiança com que Fábio Konder Comparato desafia 'judeus democratas do mundo inteiro' ('Painel do Leitor', 27/9).
Seria impossível não desenvolver e expressar sentimentos de solidariedade para com todas as vítimas da intolerância e da provocação.
É particularmente lamentável um professor de direito permitir-se acusar, julgar e condenar, com a armadilha da ironia, quando o que se faz necessário são atitudes de cooperação para que se suplantem desconfianças e se construam pontes de entendimento."
Vera Bobrow, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Solução
"Os recentes conflitos na Cisjordânia mostram que qualquer processo efetivo de paz na região é incompatível com a existência do Estado sionista, que utiliza processos de segregação étnica que pouco ficam a dever aos da direção sérvia, na Bósnia, e aos dos nazistas alemães, nas décadas de 30 e 40.
O resultado disso é o aumento do sentimento anti-semita em todo o mundo -o que também é profundamente lamentável.
A única solução é a eliminação de Israel e a constituição de um Estado laico e democrático, onde sejam respeitados os direitos de todas as etnias e religiões."
Oscar Eustachio (São Paulo, SP)

União civil de gays
"Repúdio dos 15 milhões de homossexuais brasileiros à negativa de Serra e Rossi em declarar suas opiniões sobre o contrato de união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Deplorável o blablablá de Erundina, levando-se em conta já ter sofrido o estigma de ser acusada de praticar o 'amor que não ousa dizer o nome'.
Surpreendente a modernidade de Pitta, que, apesar das repetidas vezes em que seu mestre Maluf condenou o homossexualismo, mostrou-se sensível à cidadania plena dos gays e lésbicas, ao defender que os homossexuais devem beneficiar-se das mesmas leis que protegem o concubinato."
Luiz Mott, secretário de direitos humanos da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (Salvador, BA)

Sem-fábrica
"Sou torneiro mecânico há mais de 15 anos. Tenho boa formação profissional. Mas não tenho emprego.
Enquanto isso, o governo aceita para si o problema dos sem-terra. Põe dinheiro, desapropria áreas, negocia com fazendeiros.
Não quero dizer que como ser humano tenho maior valor do que um sem-terra. Mas penso que há maior investimento econômico e social na formação de um profissional da indústria.
E quantos de nós estão sem emprego? Centenas de milhares. E nós invadimos indústrias? Acampamos em repartições públicas? Nós exigimos desapropriações? Nós formamos os sem-fábrica?
Não. Nós percorremos os portões das fábricas para encontrar empregos.
Por que o governo compra terra para os sem-terra e não compra fábricas para os sem-fábrica?"
Laurindo de Assis (São Paulo, SP)

Saudosismo
"O Congresso estará vazio até as eleições. Entretanto os congressistas receberão seus salários normalmente.
Depois, serão convocados, extraordinariamente, com vencimentos de R$ 16 mil e totalizando 19 salários anuais.
Não seria maravilhoso e imperativo o surgimento de um novo Geisel, a fim de fechar o Congresso novamente?"
Carlos Alberto Ventura (Cafelândia, SP)

Vidas perdidas
"Não me espanta o fato de sacoleiros atravessarem fronteiras estaduais para comprar cigarros baratos em Alagoas.
O que é surpreendente é a Souza Cruz posar como defensora do interesse da União e dos Estados ao mostrar 'estudos' sobre a evasão de recursos com o contrabando de cigarros.
A perda de R$ 1 bilhão não é nada perto das vidas perdidas para o tabaco. E certamente a conta hospitalar é muito maior que R$ 1 bilhão."
Ricardo Fonseca (Chicago, EUA)

Paternidade responsável
"Se o número de 'crianças de rua' está crescendo a cada dia é porque também aumentou o número de homens e mulheres que praticam o ato sexual inconsequentemente.
É preciso que comece um diálogo nacional a respeito do que seja paternidade/maternidade responsável."
Renata Campos Frauche (São Vicente, SP)

Preço do jornal
"Como assinante da Folha, gostaria de saber por que o jornal 'The New York Times' custa US$ 0,60 e a Folha custa R$ 1.
Normalmente os nossos empresários 'tapuias' dizem que o preço no Brasil é mais alto por causa dos impostos. Jornal não paga imposto."
José Cunha de Oliveira (Taubaté, SP)

Nota da Redação - O benefício da isenção de impostos na importação do papel de jornal é anulado pelos custos de frete marítimo, despesas portuárias e transporte interno. Com isso, o preço final do papel de jornal no Brasil é em média 30% mais alto que o praticado nos Estados Unidos.

Calotes de banqueiros
"'Bancos criam central contra calotes', reportagem de 26/9. O que pergunto é: qual central nós, cidadãos brasileiros, criaremos contra os calotes dos banqueiros?
Sabemos que essa cifra chega hoje próximo dos R$ 25 bilhões. Com a palavra o excelentíssimo sr. presidente da República."
Claudio Mario Leal Passos (São Paulo, SP)

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