São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996
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Licenciamento ganha personagens

ROSANGELA DE MOURA
FREE LANCE PARA A FOLHA

Novas empresas de licenciamento chegam ao país e ampliam o universo de personagens para serem usados em linhas de produtos.
Esse mercado está explorando personagens de histórias em quadrinhos, desenhos, seriados, videogames, filmes, livros e charges. Imagens de artistas também estão sendo comercializadas.
Para valorizar o crescimento do setor, foi criado o Licensing Show, que acontece dentro do Festival HQ MIX/96, no Sesc Pompéia (São Paulo), até 6 de outubro.
Segundo Luis Augusto Corrientes Claro, gerente de marketing da Mundial Licencing, o mercado de licenciamento brasileiro movimenta US$ 750 milhões por ano e cresce 25% anualmente.
Uma mudança significativa no seguimento é que, atualmente, 90% dos personagens são voltados para o público infantil.
Para usar um personagem em um produto, o empresário deve pagar uma taxa de royalties para a empresa licenciadora.
Esse valor é uma porcentagem cobrada pelas licenciadoras do valor líquido de vendas da empresas, excluídos os impostos. Algumas empresas também excluem o frete.
A porcentagem de royalties pode variar de 3% a 10%, dependendo do tipo do produto.
Alimentos pagam menos porque o volume de vendas é maior e o preço do produto costuma ser baixo. Já as confecções pagam mais.
Para fechar um contrato com uma empresa de licenciamento, geralmente, o investidor precisa estipular um valor mínimo de vendas. Ele funcionará como uma garantia de que o contrato não será cancelado enquanto vigorar.
Essa garantia mínima vai sendo abatida do valor que deve ser pago em forma de royalties.
Segundo Ana Maria Kasmanas, diretora-executiva da Exim, normalmente, no segundo mês de vendas, a indústria já superou sua garantia mínima.
Experiência João Antonio Oliveira Filho, presidente da Festcolor -que fabrica artigos para festas de aniversário-, usa licenciamento desde a fundação da sua empresa, em 1981.
"Como não tinha um nome conhecido no mercado, resolvi usar o licenciamento. Do total produzido hoje, 90% está associado a personagens famosos."
Dependendo do personagem, Oliveira Filho desembolsa de 6% a 8% das vendas líquidas em forma de royalties para a licenciadora.
"Faturo cerca de US$ 5 milhões por ano. Cerca de 70% vem de produtos com personagens", afirma.
Opções
Entre as opções que estão chegando ao mercado estão os personagens da série "Peter Rabbit", da escritora inglesa Beatrix Potter, comercializados pela Mundial.
A Character, que já trabalha com a série "Goosebumps", "Beavis e Butt-Head" -que vai virar história em quadrinhos-, está começando a trabalhar com os desenhos da "Turma do Bardahl".
A empresa trabalha também com personagens de videogame, como "Street Fighter" e "Mortal Kombat". Os clássicos "Fantasma" e "Homem-Aranha" recebem tratamento especial para relançamento.
"Com isso, pretendemos alavancar vendas de todos os produtos que forem lançados com esses personagens", afirma Celso Rafael, diretor da Character.
"O Máscara" vai ganhar histórias em quadrinhos -que pegam carona no sucesso do desenho animado do personagem.
A mexicana Tycoon vai licenciar todos os personagens do canal Cartoon Network, da Turner, como os personagens de Hanna-Barbera e Jonny Quest.
A Exim vai licenciar o filme "As Aventuras de Pinóquio", que será longa-metragem. Além disso, comercializará o seriado australiano "Bananas de Pijamas".

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