São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
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Fórmula preferida; A política como ela é; Registro incômodo; Troca-troca; Final da novela; Boa deixa; Cabeça na bandeja; Torcida oficial; Recado indireto; Partido rachado; Espada na cabeça; Doidos por microfone; Assim já é demais; Jogo mais alto; Curiosidade judicial

Fórmula preferida
FHC não dirá, para não ferir o Congresso, mas gostaria que, após aprovada, a emenda da reeleição fosse submetida a um referendo. Avalia que seria o suficiente para se livrar da pecha de casuísmo em benefício próprio.

A política como ela é
Quem conversou com FHC diz que ele poderia tratar a reeleição de duas formas. A preferível: fazer um plebiscito e zerar o balcão de negócios. A praticável: tentar resolver a parada na Câmara e no Senado o mais rápido possível.

Registro incômodo
Um interlocutor de FHC diz que ele sabe que, aprovar a reeleição sem plebiscito, significará deixar uma marca nos livros de História: o presidente que consolidou a estabilidade econômica tomou de assalto a política e mudou a regra no meio do jogo.

Troca-troca
Terminada a dança das cadeiras, o PFL continuará com a maior bancada da Câmara: 103 deputados, contra 102 do PMDB. Vão Aderir ao partido José Bacellar (PSC) e José Lourenço (PPB), ambos da Bahia.

Final da novela
Segundo um auxiliar, FHC "estranhou" Maluf dizer que não chegara até ele o telegrama mandado no dia 2, desejando-lhe rápida recuperação da cirurgia. Ontem, Maluf recebeu a mensagem. A assessoria foi buscá-la na casa do ex-prefeito.

Boa deixa
Um atento observador diz entender por que Maluf deu indiretas, dizendo que não recebera até ontem o telegrama de FHC: "Aproveitou para bater no Serjão, responsável pelo correio".

Cabeça na bandeja
O PFL entrou na briga para manter Benito Gama (BA) na liderança do governo na Câmara, cobiçada pelo PSDB. A acomodação ocorreria no Senado: o líder Élcio Álvares (PFL-ES) pensaria só em sua reeleição em 98.

Torcida oficial
Previsão de um líder governista, acostumado às eleições no Congresso: se ACM resolver a parada no Senado, no dia 4, não há quem tire a presidência da Câmara de Michel Temer (PMDB-SP), no primeiro turno.

Recado indireto
Após abrir mão de ministério em troca de apoio à eleição do pai no Senado, Luís Eduardo Magalhães ligou para Inocêncio e pediu vaga na Comissão de Finanças da Câmara. O líder reservou na de Relações Exteriores.

Partido rachado
Das três maiores delegações do PMDB à convenção do partido, no próximo domingo, São Paulo (90) e Minas Gerais (71) devem ficar contra a reeleição de FHC. O Rio Grande do Sul (60), a favor. São 716 delegados no total.

Espada na cabeça
Os convencionais do PMDB vão responder a três questões: reeleição, plebiscito e referendo. O primeiro item pode ser desdobrado em dois: reeleição-já ou só a partir do sucessor de FHC. A mudança é ruim para o Planalto.

Doidos por microfone
Amigos dos ex-governadores Quércia e Fleury afirmam que o fracasso subiu à cabeça dos dois, que estariam pensando em voltar à cena política em um duvidoso "grande estilo": discursando na convenção do PMDB, em Brasília, no domingo.

Assim já é demais
Francisco Rossi (PDT) está inconformado. Na eleição paulistana, dizia que o Cingapura havia sido copiado de idéia sua. Agora, sua principal bandeira de campanha (tirar crianças da rua) vira prioridade de Celso Pitta.

Jogo mais alto
Sobre a possibilidade de vir a ocupar um cargo no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Zulaiê Cobra (PSDB) diz: "Não me interessa. Se me for oferecido, recusarei". A deputada não diz, mas quer uma secretaria de Covas. Falta combinar com ele.

Curiosidade judicial
A presidência do STF continuará próxima do PT. Em maio, sai um ex-advogado de Lula, Sepúlveda Pertence, e entra Celso de Mello, um ex-colega de república estudantil de José Dirceu, atual presidente do partido.

TIROTEIO
De Delfim Netto (PPB-SP), sobre a possibilidade de reeleição para FHC:
- Aprovar a emenda como o governo quer, sem nenhuma salvaguarda, é colocar o Brasil no rumo do caudilhismo. Daqui a 15 anos, será preciso uma arbitragem militar ou civil para pôr o país nos trilhos.

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