São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
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Chuva na capital mineira é a maior desde 1978

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE; DA REPORTAGEM LOCAL

A chuva que atingiu Belo Horizonte nos primeiros cinco dias de 1997 já ultrapassou a média de chuvas de janeiro inteiro nos anos anteriores.
Segundo o 5º Distrito de Meteorologia, na capital mineira, já havia chovido 335 mm até as 10h de ontem. A média de chuvas no mês de janeiro inteiro é de 290 mm.
Anteontem, choveu mais em Belo Horizonte do que em qualquer outro dia dos últimos 18 anos. Das 10h de sexta-feira até as 10h de sábado, foram registrados 147,4 mm de chuva, volume que não acontecia desde 4 de fevereiro de 1978, quando o índice foi de 164,2 mm.
Em Itabirito (a 52 km de Belo Horizonte), a barragem de Rio das Pedras atingiu um nível inédito neste fim-de-semana.
Pela primeira vez em 50 anos de construção da barragem, a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) teve de abrir sua comporta de emergência.
Com isso, o rio das Velhas passou a receber 300 mil litros de água por segundo, aumentando o nível das águas, que inundaram os municípios de Raposos, Rio Acima, Nova Lima e Sabará. Segundo a Cemig, não há risco de rompimento da barragem.
Previsão
Deve continuar chovendo hoje em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, principalmente nas áreas sul e sudoeste dos dois Estados.
Segundo o setor de previsão do tempo do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a conjunção de muita nebulosidade, causada por várias frentes frias, e uma nova frente, que chegou na última terça-feira à região Sudeste, causou as chuvas fortes que vêm atingindo os Estados.
A frente estacionou no Sudeste, com sua área de maior intensidade sobre o trecho que vai do Vale do Paraíba, em São Paulo, até o Espírito Santo.
Uma frente normal, segundo o Inpe, ficaria no local por cerca de três dias, mas ela se prolongou, em função de fatores como circulação de ventos e umidade. A intensidade das chuvas começa a diminuir hoje, mas o sol só deve aparecer no Rio e em Minas na quarta-feira.
História
As fortes chuvas fazem os mineiros recordarem o final de 1979 e o início de 1980, quando cerca de 300 mil pessoas ficaram desabrigadas em 300 municípios do Estado por causa das chuvas.
Em 1996, as chuvas de verão provocaram pelo menos 267 mortes em todo o país.
Os Estados mais atingidos, então, foram Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo e Bahia.
O Rio de Janeiro foi vítima, em fevereiro de 1996, do maior temporal já registrado na cidade. Causou 68 mortes.
Nessa mesma semana, deslizamentos provocados pelas chuvas mataram 22 pessoas em São Paulo, no litoral norte do Estado e no Vale do Paraíba.
As chuvas também causaram 28 mortes em Salvador (BA) e pelo menos 50 em Recife (PE), em abril.

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