São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997 |
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Cinco mil ficam ilhados no Estado do Rio
ELVIRA LOBATO
Os municípios foram alagados com o transbordamento do rio Muriaé, que nasce em Minas e deságua no rio Paraíba do Sul. A área afetada pela enchente do rio, em território fluminense, totaliza 140 km2. Cinco prefeituras decretaram estado de calamidade pública: Itaperuna, Italva, Natividade, Laje do Muriaé e Cardoso Moreira. O acesso a essas cidades só é possível por helicóptero ou barco. A comunicação por telefone está interrompida desde a manhã de ontem, agravando a situação. O comandante do Grupamento de Defesa Civil do Estado, Pedro Cipriano, ressalva que as informações sobre o número de desabrigados são preliminares e não incluem as famílias que estão provisoriamente alojadas em igrejas, creches e escolas. As estimativas sobre o total de pessoas, nos dez municípios, que abandonaram suas casas ainda são díspares. A imprensa local calcula 10 mil, enquanto o prefeito de Campos -principal cidade da região, 280 km ao norte do Rio-, Anthony Garotinho (PDT), diz que o número chega a 20 mil. O comandante estadual do Corpo de Bombeiros, coronel Rubens Jorge, está centralizando as operações de socorro em Campos. Ontem de manhã, um avião da FAB levou para lá 17 t de alimentos enlatados, roupas usadas, colchonetes e medicamentos. O governador Marcello Alencar (PSDB) irá hoje de manhã a Itaperuna para uma reunião com os prefeitos das cidades atingidas. O governador e os prefeitos vão traçar um plano de recuperação. Há relatos de situações dramáticas. Em Italva -uma das cinco cidades em estado de calamidade pública-, até o prefeito, Eliel Almeida, foi obrigado a abandonar sua casa, tomada pelas águas. O vice-prefeito de Campos, Arnaldo Viana, e dois secretários municipais foram socorrer os moradores da localidade de Três Vendas e também ficaram ilhados. O vice-secretário do Meio Ambiente de Campos, Carlos Mendonça, disse no fim da tarde que, até aquele momento, a prefeitura não havia conseguido resgatá-los, pois até o serviço de rádio do Corpo de Bombeiros estava parado. "O quadro se agravou muito de sábado para domingo", afirmou o prefeito de Campos, Anthony Garotinho. Campos, com 402 mil habitantes, é cortada pelo Paraíba do Sul, cujo nível das águas está subindo 2 cm por hora. O nível normal é de 5,8 m e ontem já havia atingido 10,4 m. Texto Anterior: 1º ano tem inscrições abertas Próximo Texto: Cidade some sob as águas Índice |
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