São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
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Eu vi isso no rádio

ALEX PERISCINOTO

Sabem esses prédios aí ao lado, interligados em forma de tango? Eles existem. Pelo menos na imaginação de quem ouve rádio. Ou na cabeça de seu desenhista, o americano David Suter.
Explico: rádio é o veículo da imaginação. E brincar com o veículo e com a imaginação do ouvinte é também uma arma poderosa a favor do rádio.
Recentemente, ouvi um "spot" da TAM feito por Rui Sanches e Laerte Agnelli. Buzinas, trânsito. O narrador fala: "Manhã de sol... um homem acena para o táxi". Homem: "Aeroporto de Guarulhos". O taxista duvida que em Guarulhos exista vôo da TAM. O passageiro explica, convence. "E como é que o senhor sabe?" Homem: "É que estamos fazendo um anúncio de rádio neste momento. E o senhor acaba de participar da gravação".
Trabalhos como esse revitalizam a imagem do rádio e aquecem a criatividade das agências -que, salvo exceções, não criam com frequência peças ousadas para esse veículo.
Torço, inclusive, pela presença de mais humor na programação do rádio, principalmente AM. Saudades do Escova, "Café com Bobagem", "PRK 30", sem falar na "Cadeira de Barbeiro", atualizada, é claro. E um pouco dos "Sobrinhos do Ataíde".
Para terminar, outro dia estava no carro e tocou minha música preferida. Mudei de estação para ouvir notícias. Minha mulher quis saber por que fiz isso. Respondi: "Nenhum cliente nunca me perguntou que música eu ouvi ontem".

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