São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
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Poderosos

CIDA SANTOS

O poder muda de mãos no vôlei do país. Depois de mais de 20 anos de reinado de Carlos Arthur Nuzman, Ary Graça assume oficialmente amanhã a presidência da Confederação Brasileira (CBV).
A expectativa é em relação ao discurso de posse. Ary Graça vem cercando de mistérios seu pronunciamento. Há quem arrisque que ele pode até anunciar quem serão os técnicos das seleções.
O certo é que Ary Graça é um dos homens de confiança de Nuzman. A amizade dos dois já é de longa data. Nos anos 60, foram atletas e companheiros no Botafogo e na seleção brasileira de vôlei.
Em 75, quando Nuzman assumiu a presidência da Confederação, colocou Ary Graça como vice. Em 96, com Nuzman já no Comitê Olímpico, Graça foi o chefe da delegação do país em Atlanta.
Renato Pera, presidente da Federação Paulista de Vôlei, é talvez quem melhor defina a relação Nuzman-Ary Graça. Seria uma espécie de Paulo Maluf e Celso Pitta.
"O que o Pitta quer agora na Prefeitura de São Paulo? Tentar superar o Maluf", pergunta e responde Pera, fazendo uma analogia com Ary Graça.
Está certo que Nuzman se perpetuou no cargo: em um tempo em que não era permitido mais de dois mandatos seguidos, ele se valeu de medidas judiciais para se manter presidente da CBV. Mas não dá para negar: com ele, o vôlei conheceu a modernidade e entrou na era do profissionalismo. Não à toa, o Brasil passou a brilhar e a subir nos pódios.
Ary Graça não vai querer deixar a peteca cair. Um sinal tem sido a sua preocupação em promover "seminários de planejamento estratégico" reunindo ex-jogadores, técnicos e dirigentes. Nessas reuniões, coordenadas por uma empresa de consultoria, o objetivo tem sido buscar idéias para um plano de trabalho.
Mais um sinal que o vôlei deve continuar no caminho da modernidade.

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