São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
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Womad

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

"Uma das prioridades do Womad é vir para o Brasil", assegura o produtor francês Bruno Boulay, 39, representante exclusivo do evento no Brasil.
Boulay está trabalhando há cerca de um ano e meio no projeto -orçado entre U$ 500 mil e U$ 1 milhão.
Morando em Paris, ele veio ao Brasil para preparar acordos com produtores e patrocinadores nacionais.
A previsão é que o festival ocorra no Rio de janeiro, no final do ano ou início de 1998.
Em uma segunda etapa, o evento poderá se expandir para outras cidades.
A idéia do festival, segundo Boulay, é fazer uma viagem ao redor do mundo pela cultura.
Além de espetáculos de músicas, há diversas outras atividades culturais, como exposições, feiras, dança, workshops, debates e performances. Sempre com artistas locais e artistas de outros países.
Trem no deserto
O Womad foi criado em 1982 por Peter Gabriel, ex-vocalista da banda inglesa Genesis.
No ano passado, o festival esteve em oito países -entre os quais a Cingapura, a Austrália e a Inglaterra.
Normalmente, o Womad dura um final de semana e conta com dois palcos. Quando um show termina no primeiro palco, outro espetáculo começa no segundo. E há sempre um espaço reservado para outras atividades artísticas.
Mas, em cada país, o festival é adaptado às condições locais. Pode durar mais do que um final de semana e se realizar em lugares pouco convencionais.
Na Austrália, por exemplo, o evento foi montado em um trem que percorreu o país, entre as cidades de Perth e Sydney, durante três semanas.
Em cada parada o evento era apresentado -às vezes no meio do deserto.
Na Itália, o festival foi realizado durante o carnaval de Veneza.
Nos EUA, a última edição do evento ocorreu em 1994, em 12 cidades da Costa Leste do país.
Um dos grandes sonhos dos produtores do Womad é realizar um evento no continente americano. Reunindo artistas em um comboio que saísse do Canadá e chegasse ao sul da América do Sul.
Pop árabe e africano
No Brasil, as atrações do Womad serão programadas em função da data exata do festival e da disponibilidade de cada artista.
Mas, segundo Boulay, alguns nomes são mais prováveis -todos estrelas da World Music e bastante conhecidos na Europa.
Entre os músicos que devem se apresentar aqui estão o ugandense Geoffrey Oryema (leia texto abaixo), o sul-africano Johnny Clegg e os zairenses Papa Wemba e Lokua Kanza.
O cantor argelino de rai (música pop árabe) Cheb Mami e o grupo antilhano Kali também são nomes com boas chances.
O fundador do Womad, Peter Gabriel, vai começar a preparar um novo disco. Sua vinda depende do calendário de gravação do álbum e da agenda de shows programada para a divulgação do novo trabalho.
Trabalho conjunto
Para definir a data certa do Womad no Brasil, Boulay depende da definição da equipe de produção brasileira, o que deve ocorrer a partir do próximo mês.
As pessoas que vão produzir, organizar e promover o evento vão trabalhar em conjunto com uma equipe de dez pessoas da Womad inglesa.

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