São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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Litoral fecha porta para turista de 1 dia

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Os novos prefeitos da região metropolitana da Baixada Santista lançaram uma ofensiva para bloquear a entrada nas cidades dos ônibus dos turistas de um dia.
No Guarujá, a entrada na cidade é condicionada à apresentação de comprovante de reserva em hotel. Sem reserva, não entra. A medida foi adotada depois que o prefeito Maurici Mariano (PTB) desativou o Terminal Turístico do Perequê, semana passada. Bertioga, no último final de semana, bloqueou a entrada de ônibus.
A Prefeitura de Santos estipulou ontem uma taxa de 2.500 Ufirs (R$ 2.277) por ônibus que queira entrar no município.
A cobrança da taxa entra em vigor no próximo final de semana e vale também para vans e peruas Kombi. Podem entrar na cidade, mediante o pagamento da taxa, 40 ônibus por dia.
Em Itanhaém, o prefeito João Viúdes Carrasco (PMDB) obteve ontem a aprovação pela Câmara de uma lei que disciplina o turismo de um dia e estabelece uma taxa para os ônibus, fixada em R$ 1.800.
Segundo ele, o objetivo é mesmo coibir esse tipo de turismo. "Eles (os excursionistas) fazem sujeira, faltam com o respeito e tiram o sossego público", disse o prefeito.
Para o secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Ely Carvalho, a medida foi adotada em Santos para que a cidade não se tornasse a única da região a receber excursionistas, já que há restrições em todos os demais municípios.
"Se todos proíbem, só sobra Santos. A gente está praticando isso porque senão a cidade entope."
No último final de semana, a Prefeitura de São Vicente realizou uma blitz para controlar a entrada de ônibus de excursão na cidade.
Em São Vicente, o limite é de 30 ônibus por final de semana. A reserva tem de ser feita com uma semana de antecedência. A taxa de R$ 820 por ônibus é cobrada somente quando o número de pedidos supera o limite de 30.
Para o prefeito de Mongaguá, Jacob Koukdjian Filho (PFL), o governo estadual desperdiçou dinheiro público ao construir terminais para recepção dos excursionistas -dotados de estacionamento, banheiros e lanchonetes- sem manter sua administração.
Hoje, os quatro terminais da região (Bertioga, Guarujá, Praia Grande e Itanhaém) estão desativados porque as prefeituras alegam não ter recursos para reformá-los e colocá-los em condições de funcionamento.
"Aqui, não temos estrutura para turista de um dia. Só quando o Estado entra como parceiro dá para controlar", afirmou Koukdjian.

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