São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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Mesbla poderá ter a falência decretada

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O relatório do comissário da concordata da Mesbla, Sérgio Zveiter, concluiu que se o processo de transformação da dívida da empresa em ações não der certo, ela terá sua falência decretada.
O principal executivo da Mesbla, José Paulo Ferraz do Amaral, concorda com a avaliação de Zveiter. "O relatório do comissário está bem feito e espelha a verdade", disse o executivo.
Amaral tem o prazo até 11 de fevereiro para fechar a negociação, segundo o acordo assinado entre os três principais credores, os bancos Pontual, BCN e Unibanco.
O executivo espera que o relatório, entregue na quinta-feira ao juiz da 13ª Vara de Falências e Concordatas, Paulo César Salomão, sirva para pressionar os credores a aceitar os termos de transformação da dívida em ações.
"Temos um prazo muito curto e esse é o nosso maior obstáculo", disse Amaral. Para ele, o relatório comprova que a empresa está em uma posição extremamente frágil.
Amaral disse que, até o momento, credores que representam um pouco mais de 50% da dívida que está sendo negociada (R$ 510 milhões) já aceitaram formalmente transformá-la em ações.
Ao juiz, ele havia dito que o número era de 46%.
"Muitos credores acham que a Mesbla tem uma carta na manga e acham que, se ficarem por último, vão ter vantagem", diz ele.
O total do débito é de R$ 785 milhões. A diferença entre esse valor e os R$ 510 milhões que estão sendo negociados corresponde à dívida de impostos federais e estaduais.
Amaral disse que, como teve "pouco tempo para analisar os números da Mesbla", a quantia apontada por Zveiter deve estar mais próxima da verdade.
Segundo ele, a consultoria Arthur Andersen -contratada para definir precisamente o total da dívida da Mesbla- deverá concluir seu trabalho até o final do mês.
Amaral avalia que até 31 de janeiro precisa apresentar ao juiz Salomão entre 80% e 85% de adesão ao projeto. Se ele apresentar cerca de 70%, o juiz continuará mostrando confiança no processo de reestruturação, segundo a Folha apurou.

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