São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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BC consegue manter banco de Falk sob liquidação

Gustavo Loyola, do Banco Central, fica livre de inquérito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central conseguiu ontem duas vitórias jurídicas. Derrubou a liminar, concedida na última sexta-feira ao empresário Arthur Falk, que suspendia a liquidação do Banco e da Corretora Interunion, do Rio de Janeiro.
O presidente do BC, Gustavo Loyola, e o procurador-geral do banco, José Coelho Ferreira, conseguiram ainda liminar liberando-os de responder a inquérito policial solicitado pela Procuradoria da República no Distrito Federal.
O juiz Nelson da Silva, do Tribunal Regional da 1ª Região, acatou os dois pedidos de liminar do BC.
Livrou o presidente e o procurador de responderem a inquérito na Polícia Federal por desobediência a ordem judicial e acatou os argumentos do BC para manter a liquidação extrajudicial do Interunion.
O BC sustentou que a reabertura do Interunion seria "extremamente lesiva à economia", pois haveria riscos de desvios de recursos e de bens pessoais dos seus administradores e controladores.
O Banco Interunion pediu empréstimo de R$ 27,5 milhões no dia 24 de dezembro para cobrir o rombo nas suas reservas, a conta corrente de um banco junto ao BC.
O Interunion não conseguiu renovar os títulos do Banco do Estado de Alagoas nesse valor.
Liminares
No dia 27 de dezembro, o Interunion entrou com uma liminar na Justiça para impedir que o BC liquidasse o banco. O BC cassou a liminar e fechou o banco no dia 30 de dezembro último. O rombo nas reservas chegou a cerca de R$ 40 milhões de 24 a 27 de dezembro.
O Interunion estava com saldos devedores desde 24 de dezembro, em uma média diária de R$ 3,319 milhões, segundo o BC.
No último dia 3, o procurador-geral do BC recusou-se a receber a intimação da juíza Magnólia Gama e Souza, da Justiça Federal de Brasília, que concedeu liminar determinando a reabertura do Banco e da Corretora Interunion.
O BC alegou que a liminar era dirigida ao presidente do BC, que encontrava-se em São Paulo. A oficial de Justiça considerou o BC comunicado, mas a Procuradoria Geral devolveu a liminar à Justiça.
O BC continuou considerando que não estava notificado e manteve a liquidação, o que o desgastou. Isso fez com que a juíza Magnólia Gama e Souza acionasse a Procuradoria Geral da República.
O procurador José Elaeres Marques Teixeira encaminhou à Polícia Federal determinação para abertura de inquérito para investigar se o BC se recusou deliberadamente a cumprir decisão judicial.
Como procedimentos imediatos do inquérito, o procurador sugeria a imediata intimação de Loyola e Coelho para prestarem declarações sobre o caso.

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