São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
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Telê prega pacificação no Palmeiras

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Telê Santana se apresentou oficialmente ontem ao Palmeiras com a missão de promover a paz entre o clube e o seu patrocinador -a Parmalat-, que vivem a crise mais séria desde o início do contrato de co-gestão ente ambos, firmado em 1992 e que vai até o final de 1998.
"Espero que o bom senso entre as parte prevaleça. Todos devem trabalhar para o bem do Palmeiras, sem divergências menores", disse Telê, que retorna ao futebol um ano após ter sofrido uma isquemia cerebral.
A briga entre Palmeiras e Parmalat se agravou no final do ano passado, culminando com a saída do vice-presidente de futebol, Seraphim del Grande, homem de confiança da empresa no clube.
Hoje, as duas partes divergem principalmente quanto às contratações para o time.
"O Palmeiras não está cumprindo o planificado e continua sem formar o próprio elenco. Vendeu seus principais jogadores, o Amaral e o Flávio Conceição, está perdendo o Fernando Diniz e o Rogério e não está repondo as peças. Nós estamos tentando contratar o Zé Roberto", disse o diretor de esportes da Parmalat, José Carlos Brunoro.
"Depois, se a Parmalat sair do Palmeiras ao final do contrato, em dezembro de 98, e levar seus jogadores, vão dizer que estamos deixando o clube na mão", acrescentou, em tom de ameaça.
Para o diretor de futebol do Palmeiras, Sebastião Lapolla, as críticas são injustas.
"Quando há necessidade, contratamos. Agora, trouxemos o Dorival (meia do Atlético Sorocaba) para substituir o Fernando Diniz, além do Cassiano (meia) e do Fernando (atacante). O elenco está completo, segundo o Telê."
Outro ponto de discórdia entre clube e patrocinador é a interferência de alguns conselheiros no departamento de futebol.
O lateral Cafu, por exemplo, ameaça deixar o clube porque foi responsabilizado por um dirigente do Palmeiras pela eliminação do time nas competições de 1996. "Ele me acusou de ser um líder negativo", disse Cafu.
"É lamentável que pessoas que não têm nada com o futebol venham tumultuar o ambiente. O Cafu é um atleta exemplar", disse Brunoro, irritado com o dirigente "não identificado".
O diretor da Parmalat disse até que o contrato de co-gestão pode ser revisto dependendo do resultado das eleições presidenciais marcados para o final deste mês.
"Hoje, nos sentimos desimpedidos para acertar com um novo clube ao final do contrato, em dezembro de 98.
O conciliador Em meio ao fogo cruzado, Telê chegou ao clube e adotou logo uma atitude conciliatória.
Não pediu contratações, para evitar novas divergências, prometeu ter uma conversa reservada com Cafu para solucionar o problema do atleta e elogiou muito a co-gestão entre Palmeiras e Parmalat.
"Esse é o melhor modelo de futebol profissional no país", disse.

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