São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997 |
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Municipal mostra seu ano lírico
JOÃO BATISTA NATALI
Também será encenada "Tosca", de Giacomo Puccini, mas não com produção da prefeitura, e sim dos Patronos do Teatro Municipal (mecenato empresarial). O diretor musical do teatro, Isaac Karabtchevsky, disse à Folha que, além das quatro óperas, será executado em abril o "Réquiem", de Giuseppe Verdi, com quatro solistas vocais italianos. Por sua vez, a Orquestra Sinfônica Municipal está se programando para 16 concertos, com ênfase em peças dos alemães Johannes Brahms e Franz Schubert e dos brasileiros Camargo Guarnieri e Francisco Mignone. Karabtchevsky afirma reunir agora condições para aplicar ao Teatro Municipal uma política de mais longo prazo, na medida em que, depois de quatro anos em que exerceu a direção musical (gestão Maluf), acaba de ser reconduzido para um novo período de duração idêntica (gestão Pitta). O maestro diz pretender continuar no processo de transformação da OSM (Orquestra Sinfônica Municipal), que, a seu ver, está deixando de se conceber como um conjunto de acompanhamento de espetáculos líricos e passa a se ver como uma orquestra de concertos. Depois da substituição de alguns músicos no ano passado, a novidade consistirá, agora, na incorporação à orquestra de quatro instrumentistas contratados na Rússia (dois violinos, uma viola, um violoncelo e um contrabaixo). Além de se integrarem aos quadros da OSM, eles participarão de um estúdio permanente, que será criado no quadro de um projeto mais amplo, que Karabtchevsky propôs ao secretário da Cultura e ao prefeito, e que procura dar autonomia administrativa ao teatro. O Municipal está hoje subordinado a um departamento da Secretaria da Cultura, que administra oito outros teatros da prefeitura. Caso vingue sua idéia, o Municipal ganharia autonomia de gestão e se dotaria de uma "estrutura empresarial mais ágil, com vida própria", diz o maestro. Karabtchevsky, que também é o regente titular do Teatro La Fenice, de Veneza, dirigirá neste ano, no Municipal, "Un Ballo in Maschera" e "Otello", de Verdi, e "A Flauta Mágica", de Wolfgang Amadeus Mozart. Seu assistente, Luiz Fernando Malheiro, será o regente de "Elisir d'Amore", de Gaetano Donizetti. O maestro diz também poder adiantar as montagens que pretende fazer em 1998. Serão cinco óperas, apenas duas delas de compositores italianos. Entre elas, "Attila", de Verdi, composta em 1846, pouquíssimo conhecida, mesmo do público italiano. A revista britânica "Grammophon" não registra nenhuma gravação desta ópera. Ela deverá ser encenada em outubro (de 1998) e já tem como certo, no elenco, o baixo norte-americano Samuel Ramsey, que se apresentou no ano passado em SP. A outra ópera de compositor italiano será "L'Italiana in Algeri", ou outra de Gioacchino Rossini. As três óperas não italianas: "Lohengrin", de Richard Wagner, "Salomé", de Richard Strauss, e "Cosi fan Tutte", de Mozart. Próximo Texto: Millo vem ao país pela 3ª vez Índice |
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