São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
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Diplomata pode ser expulso dos EUA por causar acidente

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O diplomata da Geórgia que provocou o acidente de automóvel em Washington no qual morreu a adolescente brasileira Joviane Waltrick será expulso dos EUA caso o seu governo não suspenda sua imunidade diplomática, disse ontem o porta-voz do Departamento de Estado, Nicholas Burns.
Burns acha "muito difícil" que a Geórgia abra mão do direito de imunidade. O porta-voz da Casa Branca, sede do governo dos EUA, Mike McCurrry, afirmou que o assunto será resolvido com dois objetivos em mente: "fazer justiça e aplicar a diplomacia".
Isso significa que a família de Joviane poderá receber uma indenização em dinheiro do governo da Geórgia e que o diplomata Gueorgui Makharadze, 35, deixará os EUA sem ser processado.
A polícia ainda não concluiu o inquérito do caso. Mas há evidências e testemunhas de que Makharadze dirigia seu carro a mais de 100 km por hora numa área em que a velocidade máxima permitida é 40 km por hora e de que ele estava sob influência de álcool no momento do acidente.
Makharadze, segunda pessoa mais importante da embaixada da ex-república soviética da Geórgia em Washington, invocou sua imunidade diplomática para se recusar a passar pelo teste do bafômetro e ceder urina e sangue à polícia. Ele alega que o acidente ocorreu por uma falha de breques.
O corpo de Joviane, 16, foi cremado ontem em Silver Spring, subúrbio de Washington, onde sua família tem morado desde julho, vinda do Rio Grande do Sul.
O caso de Joviane tem aparecido com grande destaque nos meios de comunicação dos EUA e renovou o debate sobre a cláusula da Convenção de Viena de 1961, que garante imunidade a diplomatas.

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