São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997 |
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Guerrilha peruana faz dois disparos Tensão cresce entre reféns IGOR GIELOW
Os guerrilheiros, cerca de 15, mantém 74 pessoas como reféns. O número já foi de cerca de 400. O MRTA pede a libertação de cerca de 500 integrantes do grupo de cadeias peruanas. A Cruz Vermelha confirmou que os tiros, para o alto, foram dados por terroristas que estavam no jardim da residência do embaixador. Jornalistas que estavam no local disseram que os disparos coincidiram com a chegada de um carro da polícia e de outro, sem identificação, que levava o chefe policial de Lima, general Fernando Gamero. Entre 150 e 500 policiais estavam durante a noite na área. A Cruz Vermelha disse à Folha que não houve feridos. O governo peruano não comentou o caso oficialmente. No dia 26 passado, uma explosão também ocorreu durante a madrugada no local -mais tarde, foi descoberto que um cachorro tinha pisado em um explosivo colocado pelos guerrilheiros no quintal da casa. O incidente aumentou a tensão na casa e reacendeu os temores de que um acidente possa levar a uma situação de maior perigo para os reféns. Por volta das 15h10 (local), um jornalista japoneses da rede de TV Asahi e seu tradutor conseguiram passar pelo bloqueio policial e entrar na residência do embaixador. Eles deixaram a casa duas horas depois e foram levados para um quartel da polícia antiterror, onde estavam detidos. É a segunda vez que jornalistas entram na casa. Na véspera de Ano Novo, 20 deles estiveram na residência. O fato irritou o governo peruano, que critica a publicidade obtida pelo MRTA. Prisão O Peru anunciou ontem a prisão de mais um integrante do MRTA, elevando para cerca de 35 o número de detenções desde a tomada dos reféns. O presidente peruano, Alberto Fujimori, disse durante solenidade que pretende resolver "pacificamente" a crise, mas que não irá mudar sua posição contrária à troca dos reféns por presos do MRTA. Anteontem, um porta-voz do MRTA na França havia dito que não ocorreriam novas libertações de reféns. Desde a sexta-feira retrasada não há negociações diretas entre guerrilheiros e o governo. Segundo a Folha apurou junto à Defensoria Pública do Peru, a comunicação entre os rebeldes e seus porta-vozes estaria ocorrendo por meio da Cruz Vermelha. A entidade nega. A Defensoria está acompanhando a crise, mas foi proibida pelo governo de negociar diretamente. Texto Anterior: Tráfico ocorre junto a palácio Índice |
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