São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
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Previsão de atraso; Pegando pesado; Cronograma em risco; Moral baixo; Péssimo sinal; Segunda geração; Fugindo ao controle; Ajuste fino; Medida cautelar; Gelo siberiano; Armarinho parlamentar; Chupando dedo; Argumento sedutor; Lei de Gérson; Cabra macho

Previsão de atraso
A votação da emenda da reeleição na comissão especial não deve acontecer no dia 13, mas talvez no dia 14, próxima terça. Esta avaliação foi feita no gabinete de Luís Eduardo Magalhães (PFL). O PMDB e o baixo clero da Câmara querem atrasar o jogo.

Pegando pesado
Um ministro diz: "O açodamento do Luís Eduardo pode ser prejudicial à reeleição. Há muita gente dizendo que, como sua gestão está no fim, ele não deveria passar o rolo compressor na Câmara, mas ser mais gentil".

Cronograma em risco
Se a reeleição for votada no dia 14, só no dia 16, próxima quinta, a emenda poderia ser apreciada no plenário da Câmara. Líderes governistas dizer que seria dificílimo haver quórum. A votação acabaria ficando para o dia 22.

Moral baixo
Os dois últimos reveses sofridos pelo governo no plenário da Câmara, que se recusou a dar urgência a projetos do Planalto, deixaram Luís Eduardo Magalhães inseguro para votar a emenda da reeleição no dia 15.

Péssimo sinal
Pelas contas de Luís Eduardo Magalhães, havia 398 deputados na Câmara, anteontem. Desses, 324 eram governistas. Mas só 255 votaram uma urgência pedida pelo Planalto. O presidente da Câmara perdeu o bom humor.

Segunda geração
Azedaram as relações de Luís Eduardo Magalhães com Zequinha Sarney (MA), um dos deputados do PFL que não acudiram ao chamado para votar urgência de interesse do Planalto.

Fugindo ao controle
Candidato a presidente da Câmara, Michel Temer teve que falar grosso com os peemedebistas que querem atrasar a reeleição, temendo serem traídos pelo Planalto e PFL. Disse aos colegas: "Pessoal, em política é preciso de um mínimo de confiança".

Ajuste fino
Para não correr o risco de ver a emenda da reeleição contestada no STF, o relator Vic Pires Franco (PFL-PA) desistiu de mudar a data da posse do presidente para 10 de janeiro. Para desespero da diplomacia, vai manter o dia 1º.

Medida cautelar
Na opinião de Pires Franco, se a reeleição passar, os méritos serão dos líderes e do Planalto. Mas se cair no STF por um problema como a prorrogação do mandato de FHC ele é que será chamado de incompetente.

Gelo siberiano
Maluf respondeu ontem o telegrama de FHC: "Acuso o recebimento do telegrama de V.Exa. desejando o pronto restabelecimento de minha saúde, o que agradeço. Como retribuo, a V.Exa. e à sua família, os meus melhores votos de um feliz 1997".

Armarinho parlamentar
Postulante à presidência da Câmara, o tucano Wilson Campos (PE) foi apelidado de "candidato camelô". No fim de 96, já havia distribuído gravatas, mangas e pinga a seus colegas. Ontem enviou uma caneta a cada um.

Chupando dedo
Newton Cardoso recuou no apoio à reeleição e deve ficar contra a emenda porque chegou à conclusão de que o Ministério dos Transportes ficará com um senador do PMDB, como compensação pela retirada da candidatura de Iris no Senado.

Argumento sedutor
Além de ver o Ministério dos Transportes escapar entre os dedos, Newton Cardoso recebeu um telefonema de Itamar. O ex-presidente disse que apoiaria sua candidatura ao governo de Minas em 98 se ele trabalhasse contra a reeleição de FHC.

Lei de Gérson
Atende pelo nome de PFL os "interesses regionais" que podem sepultar a reeleição para governadores e prefeitos. Ao partido, só interessa a de FHC. A legenda, que tem dois governadores (MA e BA), quer crescer em 98 em cima do PSDB e do PMDB.

Cabra macho
Inocêncio, que previu que a reeleição só passa para FHC, recebeu ontem a reprovação da cúpula pefelista. Respondeu: "Eu falo a verdade, não minto!".

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
De Jofran Frejat (PPB-DF), integrante da comissão especial da reeleição, sobre governistas espalharem que vão para o tudo ou nada na votação da emenda:
- Tudo ou nada para o Planalto significa tudo para FHC e nada para Maluf e os outros.

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