São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
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Governo prevê opções para reduzir juros

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ampliação das operações no mercado de capitais deverá forçar a queda dos juros cobrados pelos bancos nos empréstimos bancários para empresas em 97. A estimativa é do Ministério da Fazenda.
"A criação de novos instrumentos financeiros abre espaço para isso, e o custo será menor", afirma o coordenador de Política Monetária do Ministério da Fazenda, Mansueto Facundo de Almeida Júnior.
Ele cita como exemplo o Fundo de Empresas Emergentes. O patrimônio desses fundos onde há participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) chegou a R$ 300 milhões em 96.
Esse fundo foi criado para compra de participações em empresas de determinadas regiões do país e que estão passando de capital fechado para capital aberto. O patrimônio era zero em 95, afirma.
Outro instrumento bem-sucedido, diz, foi o Programa de Investimento em Quota de Ações. Criado em 96 para facilitar o lançamento de títulos de empresas de capital aberto no mercado, o fundo já tem patrimônio de R$ 1 bilhão.
"A velocidade de criação de novos fundos será cada vez maior a partir de agora", afirma Facundo. Com isso, disse, as instituições financeiras devem reduzir o custo cobrado nos seus empréstimos.
Fundo imobiliário
Criado em 94, o fundo mobiliário é destinando a financiar a construção de imóveis. Seu patrimônio cresceu 42,85% em 96 em sobre o ano anterior, passando de R$ 350 milhões para R$ 500 milhões.
A compra de créditos a receber é outro instrumento considerado importante para reduzir o custo das empresas na captação de recursos. Segundo Facundo, esse mecanismo vem sendo muito usado no setor imobiliário.
O Ministério da Fazenda já tem pronta a proposta para permitir a criação no país de uma companhia de securitização -compra de créditos a receber. Ela deve ser aprovada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) neste semestre.
Facundo disse que a taxa de juros deve continuar caindo gradualmente. No caso da taxa Selic (dos títulos públicos federais), sua estimativa é que fique em aproximadamente 1,65% ao mês em média neste ano.
Se a inflação anual de 97 ficar em 7%, conforme estimativa do próprio mercado financeiro, a taxa Selic ficará em 21,7% no ano. Ou seja, ficaria 13,7% acima da inflação estimada para este ano.

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