São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
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Grupo quer 'pulverizar' poder da CBB

Brito Cunha sofre oposição

LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A "era" Renato Brito Cunha na Confederação Brasileira de Basquete pode estar perto do fim.
Isso acontece se 15 presidentes de federações (de um total de 26), que assinaram ontem, no Rio, documento de comprometimento para eleger Gerasime "Grego" Bozikis, cumprirem sua palavra, em maio, quando será eleito o novo presidente da entidade.
O principal objetivo da chapa é "descentralizar" o comando do basquete brasileiro.
"Implantaremos uma empresa nacional grande, com vices-presidentes regionais", disse Grego, 53, presidente da Federação de Basquete do Rio de Janeiro.
Grego quer voltar a investir nas categorias de base e aumentar o número de clubes e Estados na Liga Nacional. Ele pretende criar ligas regionais que dariam aos melhores classificados o direito de disputar a Liga Nacional.
Brito Cunha, há oito anos no poder, tentará estender seu mandato por outros quatro anos.
A oposição afirma contar com 17 votos. Com 14, garante a vitória. Nove federações estariam comprometidas com Brito Cunha, e outras duas, ainda sem opinião.
Entre as federações de oposição, há um descontentamento geral com o trabalho de Brito Cunha à frente da CBB.
"Ele (Brito Cunha) não nos chamou para discutir nada", protestou Carlos Nunes, 53, presidente da Federação Gaúcha.
Paulo Cheidde, da Federação Paulista, afirmou que um dos maiores problemas causados por Brito Cunha foi relegar a um "plano terciário" as categorias de base.
"Ele deixou de organizar campeonatos nacionais (de seleções) das categorias menores, alegando falta de verba", disse Cheidde.
O candidato de oposição reconhece que Brito Cunha teve papel importante à frente da entidade.
"Teve mérito em organizar uma Liga Nacional e comandar o título no Mundial feminino (em 1994) e a medalha de prata em Atlanta (em 1996)", disse Grego.
Mas diz que a contribuição de Brito Cunha ao basquete foi menos positiva do que negativa.
"Demorou a conseguir um bom patrocínio, nunca dialogou com as federações e usa mal o dinheiro."
Réplica
O presidente da CBB, Renato Brito Cunha, rebateu, por intermédio de sua assessoria, as acusações de que não estimulou o desenvolvimento do basquete.
Segundo ele, as federações que não dispunham de estrutura receberam ajuda da CBB para a realização dos campeonatos estaduais. A CBB seria responsável pelo pagamento das taxas de arbitragem.
A entidade também teria realizado todos os Campeonatos Brasileiros nas categorias inferiores e organizado torneios regionais no Norte-Nordeste do país.

Com a Reportagem Local
O jornalista Luís Curro viajou a convite da Federação Paulista de Basquete

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