São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
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Governo sérvio admite derrota em Nis

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente sérvio, Slobodan Milosevic, reconheceu ontem a vitória da oposição em Nis, a segunda maior cidade do país.
A agência oficial "Tanjug" transmitiu uma declaração do Ministério da Justiça reconhecendo a derrota do governo nas eleições de 17 de novembro em Nis.
Nis é uma das 15 cidades em que a oposição sérvia venceu as eleições municipais. Comissões eleitorais, controladas por Milosevic, anularam os resultados nessas cidades, alegando irregularidades não especificadas.
As anulações foram confirmadas pela Justiça do país.
Desde a anulação, a coalizão de oposição Zajedno comanda protestos de rua em várias cidades exigindo o reconhecimento de sua vitória e criticando Milosevic.
"Com base nos documentos analisados pelo Ministério da Justiça, a organização política Zajedno (Unidos) ficou com 37 cadeiras, o Partido Socialista da Sérvia (governista) com 32 cadeiras e o Partido Radical Sérvio com uma cadeira no conselho local de Nis", disse a "Tanjug".
Novos protestos
Ontem, antes do anúncio do governo e pelo 50º dia consecutivo, manifestantes sérvios, a pé e de carro, desafiaram cordões policiais de isolamento e voltaram a bloquear as ruas do centro da capital, Belgrado.
Para evitar que os manifestantes chegassem à praça de Terazije, de onde partem as passeatas, a polícia antimotim cercou o lugar.
Fora do perímetro formado pelos cordões de isolamento, as ruas estavam completamente bloqueadas pelos carros de manifestantes.
A oposição lançou uma convocação para um novo tipo de protesto -o bloqueio dos telefones de órgãos governamentais.
O jornal independente "Demokratia" publicou ontem uma página de publicidade da Zajedno com os números de telefones de órgãos estatais.
"A ação começa imediatamente", dizia o anúncio.
Pressão internacional
A França, antes da comunicação do Ministério da Justiça, voltou a pressionar as autoridades sérvias para que atendessem às recomendações da delegação da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que visitou o país no mês passado.
A delegação, comandada pelo ex-premiê espanhol Felipe González, disse que a vitória da oposição foi legítima.
"O Conselho de Ministros encarregou o chanceler da França, Hervé de Charette, de reiterar a petição de seu país ao governo sérvio para que as conclusões da delegação da OSCE sejam aplicadas", afirmou ontem o porta-voz do governo francês.

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