São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997
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UDR prepara kit para enfrentar invasão

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

A UDR decidiu ontem, em reunião de sua direção em Presidente Prudente (SP), elaborar material para orientar os fazendeiros sobre como se defender de invasões, incluindo o uso de armas de fogo.
"Na área de segurança, vamos pedir cuidado para respeitar a lei, não usar arma sem registro, fora de calibre, evitar que pessoas sem muita habilidade portem armas, mostrar que o artigo 502 do Código Civil prevê uso de arma para repelir invasão", disse o presidente da entidade, Roosevelt Roque dos Santos. Cerca de 20 fazendeiros participaram da reunião.
Será elaborado um kit trazendo uma cartilha com informações sobre como prevenir e enfrentar ataques à propriedade e modelos de documentos para agir rapidamente na Justiça em caso de invasões.
Na próxima segunda-feira, a UDR deve lançar um manifesto político, analisando as invasões no Pontal. A entidade decidiu também restabelecer contato com a bancada ruralista no Congresso.
Novas invasões
Ontem, cerca de 250 lavradores sem terra invadiram mais duas fazendas em Euclides da Cunha, no Pontal do Paranapanema (extremo oeste de SP).
Os invasores são originários das cerca de 700 famílias que entraram em três propriedades vizinhas na segunda-feira.
As novas fazendas invadidas são a Santa Rita do Pontal e a Beira-Rio. Os sem-terra concordaram em sair desta última por volta do meio-dia, depois de uma conversa com o filho do proprietário.
Já chegam a sete as invasões desta semana na região. Outras duas foram em Marabá Paulista e Teodoro Sampaio, na região do Pontal do Paranapanema.
O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), José Rainha Jr., disse que as invasões vão continuar.
Reintegração de posse
A juíza Catarina Silvia Ruybal S. Estimo concedeu ontem liminar para reintegração de posse nas fazendas Santa Letícia, Santa Maria e Porto Letícia, invadidas segunda.
Vence hoje o prazo dado pela Justiça para os invasores deixarem a fazenda Santo Antônio. A área é vigiada por cerca de 30 funcionários, alguns armados.
Diolinda Alves de Souza, mulher de Rainha, disse que o prazo será cumprido.
Em Mirante do Paranapanema e Sandovalina, outras 1.900 famílias aguardam decisão da direção do MST para novas invasões.

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