São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997
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São Paulo rejuvenesce e assusta Muricy

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A queda vertiginosa da média de idade do São Paulo preocupa o técnico Muricy Ramalho. Ele teme que a inexperiência dos seus jogadores prejudique a equipe no Paulista-97 e na Copa do Brasil.
Com a transferência de Zetti, 32, para o Santos e as saídas iminentes de Válber, 29, e Muller, 30, (leia texto abaixo) a média da equipe, que já era baixa no final de 96 -24 anos-, despencou para 22,1 anos no início desta temporada.
O atleta mais velho do grupo atual é o meia Sandoval, 27, reserva. O lateral Fábio Aurélio, 17, que será promovido dos juniores após a Copa São Paulo, é o mais novo.
"Temos que arrumar um jeito de compensar a falta de jogadores tarimbados. Se o time perdeu na experiência, precisa ganhar na força de vontade da juventude e na união do grupo", afirmou Muricy.
Sua principal preocupação no momento é arrumar um novo líder no time para ostentar a faixa de capitão, que era de Zetti.
"Vamos ver durante os treinamentos quem revela um mínimo de liderança para ser o capitão."
Se depender da disposição dos jogadores, a tarefa de Muricy será difícil. "O Zetti e o Muller eram jogadores que chamavam a responsabilidade para eles nos momentos difíceis. Não temos mais atletas com essas características. Acho que seria um peso muito grande concentrar tudo em uma só pessoa", disse o lateral André.
Diante da situação, Muricy passou a lutar pela permanência de Válber e Muller, que se reapresentaram ontem ao clube.
O técnico aproveitou para conversar longamente com os dois, tentando convencê-los a ficar.
Mas a diretoria não parece muito disposta a isso por entender que a presença dos dois dividiria o grupo. No ano passado, Válber e Muller foram acusados de receber tratamento privilegiado por não participarem de todos os treinos.
Corte
Além disso, a saída deles contribuiria para a redução da folha de pagamento do clube, que chegou a ser cerca de R$ 800 mil em 1996.
O São Paulo planeja um corte de 30%, e a política adotada é a dispensa dos salários mais altos. Foi assim com o técnico Carlos Alberto Parreira (cerca de R$ 120 mil mensais), Djair (R$ 30 mil) e Zetti (R$ 30 mil) e pode ser com Muller (R$ 75 mil) e Válber (R$ 25 mil).
O piso salarial do clube passou a ser de R$ 15 mil, e despesas extras, como convênios com calista e dentista, estão sendo controladas.
O clube deve anunciar até segunda o acordo de patrocínio com a Data Control, o que aliviaria os problemas financeiros, agravados pela reforma do Morumbi.

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