São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997
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Em uma galáxia distante...

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Guerra nas Estrelas" ("Star Wars") faz 20 anos. O filme de George Lucas, que revolucionou a maneira de fazer cinema e manteve o título de campeão de bilheteria até a realização de "E.T. - O Extraterrestre", ganha edição especial, com 4 minutos e meio a mais, a ser lançada dia 31 nos EUA. A versão chega ao Brasil em março.
Algumas cenas do histórico filme foram modificadas, como o encontro do mercenário Han Solo (Harrison Ford) com o gângster Jabba The Hutt, filmado originalmente em 76, mas que não pôde ser incluído na versão original por falta de tecnologia, tempo e dinheiro (veja quadro abaixo).
Além disso, todos os negativos do filme foram restaurados, o som deverá ser de melhor qualidade e vários elementos criados por computador (criaturas, naves, cenários) preencheram espaços vazios.
Para fazer isso, foram gastos cerca de US$ 11 milhões, quase o mesmo valor do orçamento para a realização do original, pela LucasFilm e pela Fox, único estúdio que aceitou bancar o roteiro então completamente ousado para a época. Hoje a Fox simplesmente distribui a trilogia internacionalmente.
George Lucas justificou o investimento afirmando que essa nova edição está muito mais próxima do que havia bolado na década de 70 do que o filme que foi para as telas. Alguns críticos, no entanto, disseram que os novos "alienígenas-figurantes" acabam até atrapalhando, pois não param de se mexer e fazer barulhos ao fundo da cena.
Com o objetivo de ser mais do que item de colecionador, a versão comemorativa terá megadistribuição, estreando simultaneamente em cerca de 1.800 salas de cinema norte-americanas.
O pacote de aniversário conta ainda com novas versões das duas sequências, "O Império Contra-Ataca" e "O Retorno de Jedi", também com algumas alterações em relação ao original, que estarão nas telas dos EUA em fevereiro e março, respectivamente.
Também neste ano devem começar as filmagens do primeiro filme da nova trilogia, com os episódios anteriores ao "Guerra nas Estrelas", contando a história de Anakin Skywalker, pai de Luke, que se torna Darth Vader.
Ópera espacial
A saga do jovem Luke Skywalker virou mania em todo o mundo e já rendeu cerca de US$ 4 bilhões a seus criadores.
Mais do que filmes de aventura, a trilogia "Guerra nas Estrelas" pode ser considerada uma "ópera espacial", definição criada pelo próprio Lucas, que escreveu a história, dirigiu o primeiro filme e criou a Industrial Light and Magic, criadora dos efeitos especiais inéditos.
"A trilogia conta duas histórias: a da transformação de Luke num Jedi e a da redenção de seu pai, Lorde Darth Vader", diz o criador em entrevista para a última versão em vídeo dos filmes.
Ainda segundo Lucas, as aventuras de Luke, Princesa Leia e Han Solo pela galáxia foram concebidas como apenas um grande roteiro, que ele acabou cortando em três atos. "No primeiro, os personagens são apresentados, no segundo, eles estão na pior situação possível, no terceiro, acontece o desfecho. Isso é drama", afirma.
Mais do que isso, a saga dos cavaleiros Jedi -nobres que lutam com um sabre de luz e defendiam a Antiga República, destruída pelo Império Galáctico-, que têm a Força -algo que está em tudo e ao redor de tudo no universo e de onde emana o poder dos Jedi- como aliada, é uma aventura mitológica.
Joseph Campbell, um dos mais conceituados mitólogos da atualidade, serviu como consultor de Lucas para os roteiros.

LEIA MAIS sobre "Guerra nas Estrelas" à pág. 4-3

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