São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997 |
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Bebês de JK são adultos de FHC
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
O período de crescimento econômico do pós-guerra somado à falta de conhecimento dos métodos contraceptivos foram os alicerces para uma explosão populacional que iria transformar o rosto do país nas décadas seguintes. Nos primeiro anos, o Brasil acumulou uma população extremamente jovem e fama de país do futuro. O perfil populacional exigia cuidados médicos a crianças e gestantes. Com o passar dos anos, a demanda passou a ser por escolas. Trinta e cinco anos depois, os bebês na era JK estão entrando na maturidade no governo FHC. A consequência é o aumento da força de trabalho, o que é ótimo para a economia do país -desde que haja oferta de empregos suficientes. Esse fenômeno faz diminuir o que os demógrafos chamam de taxa de dependência: a proporção da população em idade ativa (15 a 64 anos) cresce em relação aos "dependentes" -jovens até 14 anos e pessoas com 65 anos ou mais. "A época de JK é o início de uma transformação demográfica", define o demógrafo Celso Simões, 50, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além do crescimento populacional, ele lembra que 30 milhões de pessoas migraram das áreas rurais para as cidades. "Isso afetou a estrutura do país. As condições de educação e saneamento básico que as cidades ofereciam ainda deixavam a desejar". Queda da mortalidade Na época, a principal causa de morte dos brasileiros eram as doenças infecto-contagiosas e parasitárias. Com a consolidação da estrutura urbana, as doenças cardiovasculares passaram a liderar o ranking de causa "mortis". A melhoria gradativa dos serviços de saúde e de saneamento básico fez a mortalidade infantil cair de 118 por mil nascidos vivos em 1960 para 38/mil em 95. Como consequência, a expectativa de vida ao nascer do brasileiro saltou de 52 anos para 66 anos. A estrutura familiar também sofreu mudanças drásticas nesses 35 anos entre JK e FHC. As grandes famílias passaram a ceder lugar a um núcleo de pai, mãe e poucos filhos. A média de filhos por mulher passou de 6,28 para 2,5. Texto Anterior: Inflação duplicou em 1956 Próximo Texto: Algumas crises e as soluções de conciliação de JK Índice |
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